Última alteração: 2020-12-30
Resumo
A presença e o contato com a água interferem diretamente na vida da população, trazendo à tona questões socioespaciais que revelam a importância do acesso ao saneamento básico. Este artigo apresenta resultados de pesquisa sobre a incidência de dengue e Covid-19, embasada a partir do estudo do panorama histórico mundial de epidemias, interpretando o significado dessa espacialização no território campineiro. A pesquisa acompanhou o problema, as ações da prefeitura e os debates de pesquisadores e estudiosos em função da contenção dessas doenças no município de Campinas, com ênfase na importância das ações intersetoriais e das organizações sociais e comunitárias. O cenário pandêmico escancarou antigas necessidades camufladas e reviveu dramas sanitários que seguem sem planejamento evidente. As populações marginalizadas, em situação vulnerável, sem acesso à água, e expostas aos mosquitos Aedes aegypi, tornaram-se agentes ativos do combate à pandemia e foram responsáveis pela disseminação de um novo olhar sobre as comunidades, periferias e respectivas organizações internas. Esclarece, portanto, a necessidade de se repensar projetos urbanos de maneira sensível à água e à natureza, tendo como princípio garantir o direito à cidade para todos, o direito à saúde pública, fornecido pelo urbanismo ecológico atuante contra a desigualdade social.