Portal de Conferências da UnB, VI Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo

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MUDANÇAS NO ENSINO DA ARQUITETURA E URBANISMO: NOVOS MÉTODOS DE ABORDAGEM
Gabrielle Astier de Villatte Wheatley Okertic, Carolina Gonçalves NUNES, Natália Cristina Tripoli MAGALHÃES, Melissa Ramos da Silva OLIVEIRA, Luciana Valin Gonçalves DIAS, Érica Lemos GULINELLI, Úrsula Pryscila Santana NÓBREGA

Última alteração: 2020-08-19

Resumo


Ao longo das décadas o ensino da arquitetura e urbanismo foi se transformando de tal maneira que não é possível falar em “tendência” da arquitetura ou mesmo um padrão. A quantidade de escolas que abriram no Brasil nos últimos anos demonstra o aumento do interesse pela profissão. Diversos são os motivos pelos quais as pessoas estão buscando cursar, e, tão quanto diverso, é o perfil do aluno que decide por esse caminho. Discutir arquitetura e urbanismo hoje é colocar em xeque a qualidade do ensino, de onde saem esses profissionais. É de extrema importância, em nosso modo de ver, que se abram espaços para a discussão da formação do(a) arquiteto(a) urbanista que estamos formando no país e, se queremos mudar a forma de pensar e fazer as cidades, temos que começar pelo ensino. Esta é uma preocupação constante de quem leciona em faculdades de arquitetura e urbanismo: como promover uma boa formação e conseguir formar profissionais éticos e comprometidos com a nossa área de atuação.

Trazendo a luz a reflexão sobre o ensino da arquitetura e urbanismo no Brasil, conduzimos algumas inquietações e questionamentos. Em decorrência do avanço no acesso à informação e meios tecnológicos, e mudanças nas formas de comunicação e interação entre as pessoas, percebemos que o processo de aprendizagem dos estudantes nas universidades mudou. Muitas das didáticas usadas em sala de aula que funcionavam enquanto éramos alunos(as), hoje são consideradas inadequadas para a forma de ensino, com necessidade de serem adaptadas para que se façam eficientes. O modo com que os estudantes interagem, tanto com o conhecimento abordado em classe, como na interação pessoal e interpessoal, as rápidas trocas e acesso à informação, tudo agora é de maneira instantânea. Esse novo modo de ser e estar no mundo faz com que tenhamos que nos atualizar constantemente como docentes e criar novas abordagens de ensino para que o mesmo seja acompanhado, ou seja, devemos ser tão (ou mais) atraentes do que o mundo que os alunos carregam em suas mãos. Ainda que estejamos presenciando todo esse advento tecnológico que transformou as relações humanas no geral, algumas reflexões são de extrema importância e não se esgotam em poucas páginas de artigos acadêmicos. Nessa linha de pensamento, em que novas configurações de diálogo se estabelecem, se faz necessário pensar em novas formas de se compartilhar o conhecimento, uma vez que “tudo” está disponível em um clique. Isso reflete também nas formas de ensino e aprendizagem, no qual os professores devem lidar com criatividade e dinamismo.

Essa sessão livre tem como proposta promover o diálogo entre diferentes profissionais da área de arquitetura e urbanismo, bem como de outras áreas afins, docentes de instituições do ensino superior de faculdades públicas e privadas, que formam os profissionais com a finalidade de trazer reflexões sobre as mudanças metodológicas do ensino superior no ensino de arquitetura e urbanismo.

Cada trabalho que será apresentado aqui traduz a experiência de profissionais da área de arquitetura e urbanismo, docentes no ensino superior que compartilham inquietações, sendo focados especificamente nas experiências metodológicas em sala de aula. É importante ressaltar que, se tratando de docentes de diferentes faculdades e regiões, cada local possui um distinto contexto e especificidades em seu perfil de aluno(a), sendo aqui exposto essas nuanças referentes a cada localidade.

Os cinco trabalhos aqui apresentados possuem a similaridade de serem escritos por docentes de faculdades particulares localizadas em cidades do interior de diferentes estados do Brasil, enriquecendo ainda mais o debate na mesa. Nas últimas décadas foram muitos os cursos de arquitetura e urbanismo que abriram e se espalharam pelo Brasil, desde faculdades ligadas à grandes redes, como centros universitários independentes. A troca entre docentes é uma prática que pode auxiliar muito ao aprimoramento do ensino de forma geral, desde as práticas abordadas em sala de aula até a qualidade dos profissionais que estamos formando no país.

O primeiro trabalho busca traçar o perfil do aluno de Arquitetura e Urbanismo que procura o ensino noturno, discutir os desafios e estratégias do ensino da disciplina de projeto no curso noturno de arquitetura e urbanismo. Visto que a escolha pelo turno noturno é derivada de uma série de questões relacionada a vida pessoal do estudante, sendo este, geralmente, com o perfil de trabalhador com uma rotina bem estabelecida, apresentando certas dificuldades no decorrer da aprendizagem.

O segundo trabalho tem como objetivo revelar novas metodologias para o ensino de patrimônio nas disciplinas de técnicas retrospectivas.

O terceiro trabalho da sessão aborda a questão de modelos físicos e digitais nos processos de projetos, evidenciando sua importância no contexto do uso de metodologias ativas.

O quarto e último trabalho da sessão tem como pano de fundo o recorrente processo de interiorização das faculdades de arquitetura e urbanismo no estado do Ceará. Este deve ser atrelado ao reconhecimento do papel que o profissional arquiteto e urbanista possui enquanto agente transformador do território no interior estadual, área recorrentemente desprovida de profissionais com essa formação. O quinto trabalho tem como objetivo mostrar os desafios das instituições, sobretudo os alunos em compreender a dimensão da profissão e o papel que ela exerce para o desenvolvimento urbano e, portanto, social, econômico e cultural dessas localidades.


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