Brasília era o símbolo da utopia moderna de um país em desenvolvimento. Circunscrita essencialmente ao seu Plano Piloto, essa utopia corresponde à área de preservação do sítio tombado, não tendo sido realizada como originalmente planejada. Ainda assim, parte de seu ideário original parece circular entre frequentadores e habitantes da região central, o que pôde ser percebido e registrado nas investigações comunicadas neste trabalho. Produto da costura de duas investigações que trazem a aplicação de mapas mentais para registro de representações que os entrevistados têm de sua cidade – especificamente: Brasília e, uma de suas principais avenidas, a W3 Sul –, este trabalho recorre ao debate das representações sociais traçado por Serge Moscovici, discutido sob diversas perspectivas e contribuições de outros autores, para, modestamente, colaborar com as reflexões concernentes à penetração do universo reificado nas narrativas individuais sobre o espaço urbano na relação com as memórias, o cotidiano e o imaginário.