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OS SERTÕES DE ROSA E RULFO INTERCÂMBIOS CULTURAIS ENTRE BRASIL E MÉXICO
Última alteração: 2021-01-05
Resumo
Os espaços, as paisagens e os lugares são objetos da produção cultural. A arte, nas suas mais variadas formas de expressão – a literatura, a música, a arquitetura, a pintura, a fotografia e o cinema, notadamente – tomam os espaços onde a vida se manifesta, como matéria de trabalho e reflexão, de narrativa e representação. A arte elabora discursos sobre os lugares nos quais se debruça, absorve e reapresenta. Este grupo de pesquisadores dedica-se a investigar o tipo de instrução que as obras artísticas são capazes de oferecer para o conhecimento dos lugares.
Pairando sobre as interpretações científicas, há uma densa camada de significados descobertos pelo pensamento artístico que, ao contrário da ciência, tem na forma de dizer, o cerne do problema. No caso da literatura, onde a relação entre o signo e significado tende para a simples substituição da palavra pelo seu significado, é importante destacar a proeminência da função poética (tecida sobre as formas do dizer) na constituição dos lugares que ela dá a conhecer.
Dois notáveis escritores - o brasileiro João Guimarães Rosa (1908-1967) e o mexicano Juan Rulfo (1917-1986) – iluminaram seus lugares de origem aprofundando a compreensão dos aspectos e das singularidades que os definem, com atenção para os temas estruturantes da existência humana, na diversidade das sociedades e das culturas que os abrigam.
Os retratos dos sertões brasileiro e mexicano, tomados como regiões geográficas e culturais, nas dimensões físicas e imaginárias, são lugares emblemáticos para a construção da modernidade nestes países. As (ir)realidades que revelam são formadoras de horizontes para a arte no Brasil e no México, tanto quanto, de interpretações agudas sobre as respectivas culturas e sociedades ali representadas. Podem ser lidos como testamentos ou manifestos estéticos, como interpretações política e sociocultural destes países, como reflexões filosóficas e como revelações das paisagens e da alma dos lugares. Para nós, há ainda, um interesse adicional: reconhecer em ambos, um método de abordagem sobre a natureza complexa dos lugares.
Pairando sobre as interpretações científicas, há uma densa camada de significados descobertos pelo pensamento artístico que, ao contrário da ciência, tem na forma de dizer, o cerne do problema. No caso da literatura, onde a relação entre o signo e significado tende para a simples substituição da palavra pelo seu significado, é importante destacar a proeminência da função poética (tecida sobre as formas do dizer) na constituição dos lugares que ela dá a conhecer.
Dois notáveis escritores - o brasileiro João Guimarães Rosa (1908-1967) e o mexicano Juan Rulfo (1917-1986) – iluminaram seus lugares de origem aprofundando a compreensão dos aspectos e das singularidades que os definem, com atenção para os temas estruturantes da existência humana, na diversidade das sociedades e das culturas que os abrigam.
Os retratos dos sertões brasileiro e mexicano, tomados como regiões geográficas e culturais, nas dimensões físicas e imaginárias, são lugares emblemáticos para a construção da modernidade nestes países. As (ir)realidades que revelam são formadoras de horizontes para a arte no Brasil e no México, tanto quanto, de interpretações agudas sobre as respectivas culturas e sociedades ali representadas. Podem ser lidos como testamentos ou manifestos estéticos, como interpretações política e sociocultural destes países, como reflexões filosóficas e como revelações das paisagens e da alma dos lugares. Para nós, há ainda, um interesse adicional: reconhecer em ambos, um método de abordagem sobre a natureza complexa dos lugares.
Palavras-chave
Paisagens Culturais; Leitura do Lugar; Espaços Narrados
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