Última alteração: 2020-08-15
Resumo
Ao compreender limiariade como uma zona fronteiriça – nebulosa em sua composição, imprecisa em sua definição –, trazemos à baila um caso específico: a fronteira entre Pacaraima, no Brasil, e Santa Elena de Uairén, na Venezuela. Pauta internacional no contexto atual, seja no mundo seja no Brasil, tal tema traz consigo políticas anti-imigracionistas. Hiperconectados na nuvem, excludentes nas ações, políticos e sociedade antagonizam posturas e transformam tais zonas em campos de disputas. No contexto brasileiro, isto ocorre há alguns anos na fronteira roraimense, onde um número cada vez maior de venezuelanos busca refúgio para uma das piores crises migratórias sul-americanas do mundo moderno. Com isso, a cidade de Pacaraima sente as consequências diretas da situação no país vizinho e luta contra uma sobrecarga de sua infraestrutura. Particularmente, as mulheres e crianças são as que mais sofrem com a situação de vulnerabilidade. Mas como utilizar a Arquitetura para reverter tais cenários? O presente artigo vem, a partir de investigação in loco e em fontes referênciais específicas, apresentar dados sobre fronteiras secas, como a presente entre Brasil e Venezuela, e a condição de mulheres neste contexto. A partir deste retrato, chegaremos a indicativos de abordagens arquitetônicas, como diretrizes a melhor apreensão e proposição nesta limiaridade.