Última alteração: 2020-08-18
Resumo
Apresentamos esse tema ao debate com a intenção de convidar a reflexão conjunta sobre o caráter generalista e desassossegado do ser-arquiteto que se inclina de modo específico sobre as questões sócio-culturais-econômicas-espaciais. Entendemos que tal caráter não coaduna de forma estável com o atributo profissional de sujeitos disciplinarmente formados para determinado campo de atuação; mas, fundamentalmente, com sujeitos inclinados a pensar-e-agir no mundo de modo especialmente complexo. Já sabemos que neo-liberalismo contemporâneo homogeiniza, atomiza, fragmenta, dissolve sonhos e realidades. Somos toados como rebanhos à falácia dos caminhos inexoráveis: momento de apoteose apocalíptica de um sistema que faz com que idênticos se segreguem, se discriminem, se matem em função de uma questionável racionalidade. Entretanto, devemos entender que ser-arquiteto sob uma perspectiva humanista qualifica-nos a edificação de outras coisas; coisas essas que se fazem nas pequenas escalas das lutas cotidianas, em nossas salas de aula, laboratórios e campos com os quais compartilhamos possibilidades ainda invisíveis. Devemos, enfim, aprender a compreender e realizar uma racionalidade solidária.