Última alteração: 2020-08-15
Resumo
A crise urbana é em parte ilustrada pelos assentamentos precários e informais, como as favelas. Essa crise em São Paulo vai além da escassez de moradias não precárias; ela se estende às barreiras que os custos da regularização fundiária e da formalização de serviços impõem aos residentes de favelas urbanizadas. Nesse artigo, eu argumento a partir do caso do Real Parque que, mesmo em se tratando de uma urbanização com recursos abundantes (vinculados à Operação Urbana Faria Lima) e capaz de eliminar o déficit de moradias nesse assentamento, a sua urbanização se transformou em um grande paradoxo. Seus resultados podem ser a longo prazo opostos aos esperados, já que muitas famílias podem se mudar dali por não conseguirem pagar os custos das novas moradias. Discuto também se, ainda que o objetivo das operações urbanas em São Paulo não seja prover moradias, esse mecanismo pode interessar às populações vulneráveis no contexto da crise urbana.