Este artigo aqui apresentado é parte do registro de um trabalho em andamento desde o ano de 2016, que tem por tema o crescimento e as alterações morfológicas da cidade de Ceilândia, no entorno do Plano Piloto em Brasília. Criada para receber os moradores das ocupações surgidas ainda durante a construção da Nova Capital, Ceilândia foi projetada segundo parâmetros modernistas pelo arquiteto Ney Gabriel, então funcionário da NOVACAP. Entende-se o desenho da cidade como consequência de uma série de alterações: de usos, ocupações, gabaritos e fundiárias, refletidas ao longo do tempo no traçado urbano, ou a cidade projetada versus a cidade vivida. Busca-se compreender a partir dos preceitos das Escolas de Morfologia Urbana a atual configuração de Ceilândia. Criada nos anos 1971 foi implantada em etapas conforme a demanda dada pelo crescimento populacional, até atingir a forma atual: onze setores divididos em quadras – inicialmente eram dois setores. Como aporte metodológico para esta pesquisa foram usados documentos oficiais do início da cidade, fotografias e plantas que possibilitam um trabalho comparativo da situação inicial, modelos residênciais, configuração das quadras, forma de ocupação dos lotes com o que se vê hoje. A situação atual pôde ser conferida através de imagens de satélte, plantas disponibilizadas pela Secretaria de Gestão do Território e Habitação (SEGETH) e visitas à cidade.