Última alteração: 2020-08-15
Resumo
O presente trabalho busca explorar a questão da permanência de núcleos urbanos tradicionais frente o processo de transformação da paisagem urbana num contexto metropolitano brasileiro. Para isso, utiliza-se como estudo de caso a Avenida Visconde do Rio Branco, localizada na área central de Fortaleza. Originária de uma antiga estrada de ligação entre a capital cearense e o interior do estado, a avenida caracteriza-se como um eixo histórico de expansão urbana, contando, ainda hoje, com imóveis antigos. Apesar da resistência de sua arquitetura histórica, a Visconde do Rio Branco não motivou políticas públicas de proteção de seu patrimônio cultural edificado. Atualmente, a avenida encontra-se inserida em uma porção do território urbano definida pelo Plano Diretor Participativo de Fortaleza como uma Zona de Ocupação Preferencial, o que atraiu uma maior atuação do mercado imobiliário, bem como o avanço da demolição e do abandono de imóveis antigos. Em vista disso, esta pesquisa propõe uma reflexão acerca do atual quadro da política urbana de conservação do patrimônio cultural ao apontar um cenário de iminente desaparecimento de exemplares arquitetônicos de interesse cultural na paisagem fortalezense. Como resultado, estabelece-se um cenário local em que tradições urbanas não possuem lugar.