Última alteração: 2019-05-06
Resumo
Introdução: As exigências da vida universitária evidenciam que o estudante deve apresentar recursos cognitivos e emocionais complexos para o manejo das demandas desse novo ambiente. O acadêmico da área da saúde, particularmente da área de enfermagem, torna-se cuidador precoce e, por vezes, depositório de angústias e anseios de familiares e pacientes. Objetivo: Verificar a presença de vestígio de transtornos mentais entre acadêmicos de Enfermagem de uma instituição de ensino privada do Distrito Federal. Método: Estudo quantitativo, descritivo, realizado com 1567 estudantes de enfermagem entre os meses de outubro e novembro de 2017. Foram aplicados dois instrumentos: um questionário sociodemográfico e o mini-RTM (Mini Rastreamento de Transtornos Mentais). Essa escala verifica questões como interesse, sentimento de tristeza, ansiedade, controle de preocupações, uso de álcool e drogas e presença de psicose. A pesquisa foi aprovada pelo parecer consubstanciado do Comitê de Ética em Pesquisa sob número 2.299.407, seguindo os preceitos éticos determinados pela Resolução nº 466/12, do Conselho Nacional de Saúde. Resultados: A maioria dos pesquisados era adulto jovem (62,6%), do sexo feminino (84,47%) e estudava no período noturno (45,6%). Apesar de não haver diferença estatística relevante entre homens e mulheres do curso, os acadêmicos de todos os semestres apresentaram pontuação significativa para possibilidade de alguma perturbação psicológica (≥ 3 pontos). O maior percentual foi referente à “diminuição do interesse ou prazer em fazer as coisas” (39,8% dos entrevistados). Esse resultado é preocupante, pois pode estar relacionado à problemas depressivos. Conclusão: Torna-se necessária uma entrevista clínica para confirmação diagnóstica entre os estudantes que apresentaram pontuação sugestiva para transtornos mentais. Contribuições/Implicações para a Enfermagem: O presente estudo evidenciou a importância da investigação acerca da vulnerabilidade e bem-estar psicológicos em estudantes de enfermagem. É importante tal constatação, pois o sofrimento psicológico pode ter implicações consideráveis no processo de aprendizagem e formação do futuro profissional.