Última alteração: 2018-06-11
Resumo
A exposição de peças de acervo em museus de arte recorrentemente ultrapassa a simples exibição de obras. Compreende-se que a exposição é a máquina interpretativa que põe em evidência diversas histórias possíveis. A exposição é vista aqui em analogia possível com a montagem fílmica. Entende-se que, mesmo com as diferentes oscilações a que estão submetidos os acervos institucionais de arte, ainda assim, estes possuem um corpo razoavelmente estável de peças que são acessadas em suas exposições. A montagem, seja através da continuidade a serviço da transparência narrativa, seja através da produção de sentido no choque entre diferentes unidades/fragmentos/obras, é o ponto de observação das justaposições, embates, aproximações e distanciamentos que ocorrem desde o interior dos espaços expositivos. A montagem fílmica é empregada, nesta perspectiva, para pensar exposições de peças de acervos em diferentes agrupamentos possíveis. Afirma-se que as montagens no contexto expositivo ultrapassam o campo de leitura do objeto isolado ou habitante da reserva técnica dos museus, deslocando-o para o que chamamos de estado de exposição. Assim, a montagem fílmica é dispositivo de escrita para uma história da arte produzida desde o interior do espaço expositivo.