Portal de Conferências da UnB, V Jornada Discente de Pesquisa em Comunicação - PPGCom FAC/UnB (2022)

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COMUNICAÇÃO PÚBLICA DA CIÊNCIA E AÇÃO PÚBLICA: uma breve revisão de literatura
Renata de Oliveira Miranda Gomes

Última alteração: 2022-06-20

Resumo


O presente trabalho é uma parte da pesquisa de mestrado que busca entender como as plataformas de mídias digitais dos órgãos governamentais fomentam a comunicação pública da ciência. O objetivo do resumo expandido é tratar de uma parte da base teórica da dissertação, que envolve a aproximação dos conceitos de comunicação pública da ciência e ação pública, por meio da realização de uma breve revisão de literatura. A comunicação pública para Pierre Zémor (1995) é a “comunicação formal que diz respeito à troca e à partilha de informações de utilidade pública, assim como à manutenção do liame social cuja responsabilidade é incumbência das instituições públicas” (p. 1). Jorge Duarte (2007) dialoga com Zémor ao afirmar que a comunicação pública implica na troca constante de informações com a sociedade, e a escuta ativa da população. Elisabeth Brandão (2007) entende por sua vez que a sociedade, além de ser o maior receptor da comunicação pública, é um participante ativo da mesma e deve ser entendido como tal. A comunicação pública da ciência então usa como base as propostas de Zémor, Duarte e Brandão quando propõe a aproximação da sociedade civil com o desenvolvimento científico (MERTON, 1974), e usa destas técnicas para impedir fenômenos constantes no contexto atual, como a negação da ciência e a descrença nos especialistas (PIVARO; GIROTTO JÚNIOR, 2020). Pode-se então usar o modelo de Irwing (2008) de comunicação pública da ciência e propor uma comunicação “two-way”, que implica na accountability e responsividade do público, e tem como questão central o diálogo, a transparência e a construção de confiança entre o emissor e o receptor da mensagem. Observar um processo de comunicação pública da ciência com o olhar da ação pública (LASCOUMES; LE GALÉS, 2012) permite uma aproximação com a comunicação pública pela necessidade do diálogo ativo com múltiplos atores. Lascoumes e Le Galés (2012) partem de um princípio no qual o modelo clássico de políticas públicas, na qual estas são conduzidas única e exclusivamente pelo Estado, está ultrapassado. São as interações constantes entre atores públicos e privados, organizações e corporações que de fato influenciam a agenda de políticas, o planejamento de políticas e o seu resultado. Entende-se então que a comunicação pública da ciência é uma ação pública, desenvolvida a partir de um processo de construção coletiva, e demanda a troca de experiências, a escuta ativa da população, e responsividade a partir de problemáticas colocadas. O próximo passo na pesquisa de mestrado é entender o papel do uso de plataformas de mídias sociais para a realização de campanhas de divulgação científica e saúde pública e entender a experiência dos atores que são responsáveis por promover a aproximação entre a sociedade e a ciência.


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