Auditório do Instituto de Química. Universidade de Brasília
dezembro 4, 2017 – dezembro 6, 2017
O Encontro busca ampliar o debate sobre a condição ideológica do museu frente ao trabalho do historiador da arte e seu relacionamento com outros profissionais interessados nas narrativas ofertadas pela história da arte, em especial museólogos, educadores, artistas visuais, conservadores, curadores, gestores da informação, apenas para citar as áreas de formação compreendidas na Universidade de Brasília.
Tal ampliação busca atingir objetivos pontuais: (1) fornecer subsídios técnicos para a compreensão do modo como instituições museológicas geram suas coleções, numa perspectiva mais ampla que os tradicionais “estudos de procedência”; (2) oferecer ao público um mapa múltiplo da relação entre historiadores da arte e os demais profissionais integrados aos museus; tendo como perspectiva a ativação de limites, especialidades e convergências profissionais; (3) apresentar diferentes formas de abordar a Arte “acervada” e sua circulação no sistema da arte profissional; (4) apresentar e debater a função e o funcionamento dos museus universitários de arte na economia cultural das distintas comunidades que atendem; (5) apontar como a História da Arte reage aos processos expológicos, tanto numa dimensão museográfica, quanto numa perspectiva artística; (6) apontar como a pedagogia museal, enquanto controle dos corpos e das narrativas, impactam na compreensão da arte acervada e exposta; (7) debater formas e políticas acionadas pelas instituições na visibilidade de suas coleções e como tais formas instituem jogos (tradicionais e novos) narrativos.
Tais objetivos apoiam-se no fato de que, no Brasil, a presença dos museus de arte é nova. Se não levarmos em conta as coleções e os acervos dos oitocentos, temos de fato só a partir do início do século XX instituições, mais ou menos, dedicadas a produção artística, em especial a das artes visuais. Data, portanto, da primeira metade do século XX a emergência de nosso ciclo tradicional-moderno de instituições museológicas: Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu Nacional de Belas Artes, Museu de Arte de São Paulo e os museus de arte moderna do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Florianópolis. Na segunda metade do século outras dezenas de museus de arte foram fundados. Grandes centros como Belo Horizonte, Porto Alegre, Belém, Recife, Salvador, Cuiabá, Brasília, Fortaleza, Curitiba e Goiânia viram surgir instituições dispares, construindo acervos heterogêneos.
Do mesmo modo, cidades de diferentes latitudes conceberam na passagem para o século XXI seus próprios museus, especialmente dedicados a refletir ambições culturais e patrimoniais específicas. Hoje a lista é grande. O que esta história nos apresenta é que os museus de arte, embora destacados em seus fascinantes e polêmicos projetos arquitetônicos, e em sua capacidade de gestar eventos midiáticos, são uma realidade recente na tradição das instituições culturais brasileiras.
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