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Discursos virtuais de ódio a professores: demandas educacionais de uma sociedade em rede
Última alteração: 2017-10-05
Resumo
O estudo analisou discursos de ódio de estudantes dirigidos a professores nas redes virtuais com base em observação de quarenta prints publicados no facebook e twitter entre 2015 e 2017 de estudantes de um contexto educacional de referência da cidade do Salvador relativos a seus docentes. Os discursos foram categorizados de acordo com teor ofensivo, conotação sexual, gênero, classe, etnia ou crítica pedagógica e cotejados com a literatura sobre a origem e conceituação do discurso de ódio e atualizações da legislação recente. O corpus de análise evidenciou que a subjetividade estudantil se expressa em vídeos, imagens e códigos que revelam desejos, frustrações e ofensas marcadas pela invisibilidade de grupos que administram informações preservadas por filtros a mediar acesso entre diferentes usuários. A análise indicou três eixos: 1. A expressão de autoritarismo pedagógico, marcado por estratégias que ferem relações interpessoais de grupos sociais particulares, mas se tornam frequentes. 2. Diluição das hierarquias nas redes sociais, maior participação e comunicação horizontalizada que no entanto, é marcada por despersonalização que potencializa o fenômeno do ódio. 3. Conflito instalado no âmbito educacional e diferentes formas de enfrentamento. O discurso atual sobre formação docente valoriza, cada vez mais, o exercício contínuo da reflexão do professor sobre as consequências de suas ações na prática escolar. Conclui-se que muitos professores não reconhecem críticas como parte do trabalho, o que se torna grave frente a cultura escolar que incorpora a comunicação virtual da qual deriva violência.
Palavras-chave
Discurso de ódio; redes virtuais; educação
Comentários sobre o trabalho
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Discursos virtuais de ódio a professores: demandas educacionais de uma sociedade em rede
"Dra Marcia Rosetto" (2017-09-10)