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MEDITAÇÃO MINDFULNESS COMO TERAPÊUTICA ADJUVANTE NO PROCESSO DE CESSAÇÃO DO TABAGISMO:
Última alteração: 2021-07-10
Resumo
O tabagismo é a principal causa de mortes evitáveis e importante fator para o desenvolvimento de Doenças Crônicas Não Transmissíveis1, sendo responsável por 5 milhões de mortes de pessoas no mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde2. Por sua vez, anualmente, no Brasil, 163.831 mortes por tabaco poderiam ser evitadas3. Além disso, o Ministério da Saúde considera que o uso dos derivados do tabaco é uma causa de comorbidades como diabetes mellitus, câncer, doenças respiratórias, renais, cardiopatias e depressão, entre outras no país. Além disso, considera-se o tabagismo como problema de saúde pública, devido à submissão daqueles que convivem com o indivíduo que fuma ao tabagismo passivo, inclusive com estresse emocional e físico envolvidos1. A partir desses dados, é evidenciado a relevância da cessação do tabagismo pela população em geral. Nesse sentido, existe desde 1988, no Brasil, o Programa de Controle do Tabagismo e Outros Fatores de Risco de Câncer, que visa reduzir a prevalência de fumantes. Ele inclui educação e socialização em ambiente escolar e trabalhista, tratamento para a cessação do tabagismo no Sistema Único de Saúde (SUS), medidas legislativas e econômicas, mobilização social para impedir as interferências da indústria do tabaco, fiscalização, monitoramento e, por fim, vigilância epidemiológica do tabagismo. Atualmente, o padrão ouro de tratamento do tabagismo é a análise terapêutica com a terapia cognitivo comportamental, porém, se houver fragilidades mais intensas do paciente, é importante lançar mão da terapia com fármacos. A terapêutica medicamentosa se concentra em duas linhas, a primeira é a não nicotínica, que inclui medicamentos antidepressivos – destaca-se o uso de cloridrato de bupropiona, anti-hipertensivos - devido ao risco de hipertensão arterial pós cessação - e os que se ligam ao receptor de nicotina, inibindo o desejo pelo tabaco. Por sua vez, o tratamento nicotínico refere-se a reposição da nicotina por diversas estratégias, como adesivos e gomas de mascar4. Com essa política aplicada, a prevalência do tabagismo diminuiu próximo a 50% entre 1989 e 20105. Apesar desse número expressivo, deixar de fumar ainda é notoriamente difícil para os tabagistas. Considera-se, então, que modalidades alternativas têm sido incorporadas de maneira complementar ao tratamento para cessação desse hábito6. Dessa forma, no que diz respeito à inclusão de práticas integrativas como terapêutica para cessação do tabagismo destaca-se a técnica de meditação mindfulness, que, de acordo com a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), é um procedimento que foca na atenção plena, promovendo alterações favoráveis no humor e no desempenho cognitivo e a inclui como prática mental disponível no SUS, estando, então, disponível para práticas da população em geral7. É importante destacar que a prática da meditação mindfulness melhora a regulação da emoção e reduz o estresse, indicando potencial tratamento de distúrbios clínicos, podendo facilitar o cultivo de uma mente saudável e maior bem-estar8
Palavras-chave
Abandono do Uso de Tabaco; Mindfulness; Promoção de Saúde; Sistema Único de Saúde.