Última alteração: 2021-07-13
Resumo
Introdução: A prática da Medicina Convencional apresenta certo distanciamento na relação médico-paciente e atendimento totalmente direcionado à enfermidade1. Em contrapartida, a prática médica homeopática valoriza e considera os múltiplos aspectos da individualidade humana no processo de adoecimento e, dessa forma, estabelece uma relação mais íntima com o paciente, considerando-o como um todo2. Objetivos: Compreender como a aplicação da visão holística do paciente pela Homeopatia pode contribuir para uma melhor relação médico-paciente e melhor adesão no tratamento na Medicina Convencional. Metodologia: Foi realizada uma revisão literária nas bases de dados PubMed, CAPES e Lilacs entre maio de 2020 e maio de 2021. Utilizou-se os descritores “Homeophaty”, “Physician-Patient Relations” e publicações dos últimos 13 anos, obtendo 8 artigos. Desenvolvimento: Segundo Neto2, a Homeopatia usa uma visão holística e antropológica de forma a valorizar a complexidade humana no processo de adoecimento e tratamento. Dessa forma, o modelo homeopático por meio das anamneses detalhadas possibilita diagnósticos amplos a serem obtidos, como: Diagnóstico Clínico (condição patológica); Individual (especificidade de vida e da doença do paciente); Constitucional (história pregressa e susceptibilidades) e Medicamentoso (personalização do medicamento). A escuta ativa e acolhedora do paciente é ato fundamental na consulta homeopática, uma vez que auxilia no processo de cura, ao permitir que este expresse seu desconforto e sua visão pessoal da enfermidade, além de possibilitar ao médico homeopata encontrar a melhor medicação para cada paciente. Junto a isso, o otimismo desenvolvido ao longo das consultas, a construção de perspectiva de vida, o autoconhecimento e, por consequência, o empoderamento ao paciente são outros fatores presentes na homeopatia1. Desde 1980 o Conselho Federal de Medicina reconhece a Homeopatia como especialidade médica. Atualmente, existem quatro programas de residência médica em homeopatia no país. A Homeopatia está presente em alguns cursos de graduação em medicina e tem ganhado espaço no meio acadêmico com a criação de ligas de práticas integrativas e complementares. Além disso, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) disponibiliza consultas homeopáticas no Sistema Único de Saúde3. Considerando os benefícios e a disponibilidade desse serviço, o conhecimento da Homeopatia pode ampliar a percepção sobre o paciente pelos médicos não homeopatas. Isso porque a Medicina Convencional é centrada no cientificismo e tem dificuldades em integrar outras formas de conhecimento em saúde. Na prática, a Medicina Convencional busca disfunções orgânicas e seus tratamentos que, por vezes, são excessivos. Somado a isso, está a visão parcial sobre o paciente e, por desvalorizar uma boa relação médico-paciente, a medicina torna-se mecanicista, desumanizada e fragmentada na atenção integral1. Considerações: Mediante a isso, a integração dos conceitos homeopáticos na Medicina Convencional pode facilitar a interlocução entre o médico e o paciente e aumentar a adesão ao tratamento e a satisfação de ambos. Dessa forma, a presença desse serviço na saúde pública possibilita aos outros profissionais aprimorar sua visão de saúde e do processo de cuidado.