Introdução: A Auriculoterapia é uma prática integrativa e complementar em saúde (PICs), sendo incluída na Medicina tradicional chinesa (MTC). Esta prática atua na melhora de sintomas pelo estímulo do pavilhão auricular, com baixo custo e podendo trazer bons resultados na Atenção primária à saúde (APS). Entretanto, essa técnica parece ser pouco utilizada nas unidades de saúde, muitas vezes por falta de incentivo dos gestores e por falta de profissionais capacitados em Práticas integrativas e complementares em saúde (PICs) na APS. Objetivos: Relatar a experiência de profissionais de saúde na capacitação sobre Auriculoterapia em uma unidade de saúde. Descrição Metodológica: No mês de maio de 2021, um curso intensivo de Auriculoterapia foi ofertado para os profissionais do Núcleo ampliado de saúde da família (NASF) e residentes em saúde da família atuantes em uma Unidade de atenção primária à saúde (UAPS) localizada no município de Caucaia, Ceará. O curso foi gratuito, teve uma carga horária de 20 horas, com conteúdo teórico-prático, sendo ministrado por uma nutricionista especialista em Acupuntura do município. Participaram 10 profissionais, que tiveram aulas expositivas e material impresso pelo Núcleo de educação permanente do município. As práticas eram realizadas entre os próprios alunos do curso e com os pacientes atendidos pelo ambulatório de PICs da unidade. Resultados: Um dos desafios foi encontrar um horário disponível a todos profissionais envolvidos. Outro ponto foi a existência de uma única professora, que ministrou as aulas teóricas e as aulas práticas. Existiu um pouco de dificuldade durante a prática, pois a professora acabou ficando sobrecarregada, já que eram muitos alunos e muitos pacientes para serem atendidos, feito a escuta das queixas e a aplicação da Auriculoterapia. Outro ponto, foi o uso dos materiais para fazer a prática, sendo necessário que a professora disponibilizasse o seu material de uso particular. A prática foi muito rica, tivemos a oportunidade de fazer a escuta inicial e tentar localizar os pontos que deveriam ser utilizados na terapia, porém por terem muitos pacientes marcados acabamos não fazendo o registro do que foi conversado apenas dos pontos que foram usados na orelha, não podendo assim conhecer melhor os pacientes. Pela falta de tempo de alguns profissionais, nem todos tiveram a oportunidade de acompanhar os pacientes que atenderam e assim avaliar os benefícios da terapia longitudinalmente. A avaliação individual foi realizada através de um exercício teórico e pela observação da atuação prática dos alunos. Considerações: Este curso foi de grande importância para os profissionais da UAPS, um passo inicial para estudar mais e aplicar a Auriculoterapia, ampliando o acesso a esta prática pelos usuários e profissionais da UAPS. As PICs vêm conseguindo angariar espaço dentro da APS nos cuidados dos pacientes, mas é necessário que se capacite cada vez mais os profissionais de saúde para que possam aplica-las em seus atendimentos ou até mesmo terem a oportunidade de criarem horários protegidos para que possam atender os pacientes que necessitem dessas práticas com o tempo necessário e no ambiente adequado.