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A MEDICINA INTEGRATIVA NA ABORDAGEM DE PESSOAS COM TRANSTORNOS MENTAIS
Última alteração: 2021-07-09
Resumo
Introdução: A saúde integrativa visa abordar a pessoa de maneira integral, potencializando sua qualidade de vida e aspectos de saúde, ao invés de priorizar somente a resolução de uma doença. Aponta-se um potencial impacto positivo sobre o prognóstico de pessoas com transtornos mentais, visto que o tratamento tradicional e farmacológico dessas doenças se mostra, frequentemente, insuficiente para o bem-estar do paciente. Objetivos: Objetivou-se revisar a literatura analisando possíveis benefícios da atuação da medicina integrativa para pacientes com transtornos mentais. Metodologia: Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, de caráter descritivo, realizada a partir de 30 trabalhos, obtidos da pesquisa realizada na base de dados PubMed com os descritores em saúde “integrative medicine” e “mental disorder” e o operador booleano “and”. Os fatores de inclusão foram: data de publicação (período de 2016 a 2021) e idioma (português e inglês). Foram excluídos artigos que não tratam diretamente da temática proposta no presente estudo. Desenvolvimento: Diante do manejo de transtornos mentais, diversas opções farmacológicas são requisitadas. Contudo, os efeitos adversos significativos e a baixa eficácia para algumas condições desestimulam os pacientes no apoio à polifarmácia, levando-os à adoção de práticas integrativas, principalmente com o objetivo de diminuir ou aliviar o sofrimento. Nesse sentido, foi relatado em 15 estudos o uso de alternativas não farmacológicas, com a abordagem holística do paciente. Para pacientes com transtorno bipolar, mostrou-se efetiva a inclusão de vitaminas, suplementos vitamínicos, ervas e psicoterapia, o que lhes possibilitou a desintoxicação de fármacos, além de possibilitar a atenção específica dos profissionais de saúde à possível etiologia comportamental do transtorno nesses pacientes1. Além disso, houve um estudo que avaliou a eficácia da Terapia Integrativa Personalizada (TIP) em adultos com depressão e/ou ansiedade leve a moderada, comparando a TIP com o tratamento por Terapia Comportamental Cognitiva (TCC). Assim, observou-se que o tratamento integrativo obteve eficácia equiparável à TCC, independentemente do uso concomitante de suplementos2. É válido ressaltar que a TIP, em conjunto com suplementação, foi o único tratamento que demonstrou melhoria na qualidade do sono para os participantes desses estudos. Os participantes do grupo que receberam TIP e suplementação referiram melhora em distúrbios do sono, latência do sono, disfunção do sono, qualidade subjetiva do sono e qualidade global do sono, sendo que a TIP isolada teve efeitos significativos na qualidade subjetiva do sono. Dada a influência do sono sobre os transtornos mentais, é relevante considerar tais métodos integrativos como auxílio aos tratamentos tradicionais já consolidados para a depressão e a ansiedade2. Ademais, o emprego de tratamento em grupo e meditação amenizou a dor crônica e a depressão em um grupo de pessoas com baixa renda, ao permitir a discussão da dimensão subjetiva da dor e construção de redes de apoio3. Considerações: Existem poucos estudos científicos relativos à saúde integrativa e transtornos mentais. Os existentes, não contemplam a diversidade de atuação da medicina integrativa, mas mostram resultados promissores para o bem-estar das pessoas. Sendo assim, mais estudos são necessários para a melhor compreensão da potencialidade da medicina integrativa para a vida e saúde de pessoas com transtornos mentais.
Palavras-chave
Medicina integrativa; Transtornos mentais