Portal de Conferências da UnB, Mostra Científica do Congresso Brasileiro de Saúde Integrativa e Espiritualidade

Tamanho da fonte: 
A MEDICINA INTEGRATIVA NA ABORDAGEM DE PESSOAS COM TRANSTORNOS MENTAIS
Ludmila Raynner Carvalho Alves, Juan Felipe Galvão da Silva, Janinne Boaventura de Oliveira Silva, Marina Isabela de Paula Sousa, Verônica Clemente Ferreira

Última alteração: 2021-07-09

Resumo


Introdução: A saúde integrativa visa abordar a pessoa de maneira integral, potencializando sua qualidade de vida e aspectos de saúde, ao invés de priorizar somente a resolução de uma doença. Aponta-se um potencial impacto positivo sobre o prognóstico de pessoas com transtornos mentais, visto que o tratamento tradicional e farmacológico dessas doenças se mostra, frequentemente, insuficiente para o bem-estar do paciente. Objetivos: Objetivou-se revisar a literatura analisando possíveis benefícios da atuação da medicina integrativa para pacientes com transtornos mentais. Metodologia: Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, de caráter descritivo, realizada a partir de 30 trabalhos, obtidos da pesquisa realizada na base de dados PubMed com os descritores em saúde “integrative medicine” e “mental disorder” e o operador booleano “and”. Os fatores de inclusão foram: data de publicação (período de 2016 a 2021) e idioma (português e inglês). Foram excluídos artigos que não tratam diretamente da temática proposta no presente estudo. Desenvolvimento: Diante do manejo de transtornos mentais, diversas opções farmacológicas são requisitadas. Contudo, os efeitos adversos significativos e a baixa eficácia para algumas condições desestimulam os pacientes no apoio à polifarmácia, levando-os à adoção de práticas integrativas, principalmente com o objetivo de diminuir ou aliviar o sofrimento. Nesse sentido, foi relatado em 15 estudos o uso de alternativas não farmacológicas, com a abordagem holística do paciente. Para pacientes com transtorno bipolar, mostrou-se efetiva a inclusão de vitaminas, suplementos vitamínicos, ervas e psicoterapia, o que lhes possibilitou a desintoxicação de fármacos, além de possibilitar a atenção específica dos profissionais de saúde à possível etiologia comportamental do transtorno nesses pacientes1. Além disso, houve um estudo que avaliou a eficácia da Terapia Integrativa Personalizada (TIP) em adultos com depressão e/ou ansiedade leve a moderada, comparando a TIP com o tratamento por Terapia Comportamental Cognitiva (TCC). Assim, observou-se que o tratamento integrativo obteve eficácia equiparável à TCC, independentemente do uso concomitante de suplementos2. É válido ressaltar que a TIP, em conjunto com suplementação, foi o único tratamento que demonstrou melhoria na qualidade do sono para os participantes desses estudos. Os participantes do grupo que receberam TIP e suplementação referiram melhora em distúrbios do sono, latência do sono, disfunção do sono, qualidade subjetiva do sono e qualidade global do sono, sendo que a TIP isolada teve efeitos significativos na qualidade subjetiva do sono. Dada a influência do sono sobre os transtornos mentais, é relevante considerar tais métodos integrativos como auxílio aos tratamentos tradicionais já consolidados para a depressão e a ansiedade2. Ademais, o emprego de tratamento em grupo e meditação amenizou  a dor crônica e a depressão em um grupo de pessoas com baixa renda, ao permitir a discussão da dimensão subjetiva da dor e construção de redes de apoio3. Considerações: Existem poucos estudos científicos relativos à saúde integrativa e transtornos mentais. Os existentes, não contemplam a diversidade de atuação da medicina integrativa, mas mostram resultados promissores para o bem-estar das pessoas. Sendo assim, mais estudos são necessários para a melhor compreensão da potencialidade da medicina integrativa para a vida e saúde de pessoas com transtornos mentais.

Palavras-chave


Medicina integrativa; Transtornos mentais