Introdução: Este relato de experiência é resultado do processo de construção de práticas de meditação oferecidas às gestantes que participavam do pré-natal em uma Unidade de Saúde da Família, na cidade de João Pessoa/PB. Objetivos: Relatar a experiência da aplicação de práticas meditativas em gestantes de uma unidade básica de saúde durante o pré-natal. Descrição: Apesar de pouco difundida, a prática da meditação é fácil, barata e eficaz. Assim, decidiu-se implementá-la com as usuárias gestantes no intuito de aumentar a habilidade de monitorar e regular pensamentos, impulsos e emoções, entre outros aspectos do bem-estar, tais como: manter relacionamentos saudáveis, ter foco e motivação no trabalho e fazer boas escolhas relacionadas à saúde física, para uma gestação mais tranquila. A meditação também contribui para o alívio dos sintomas negativos durante o pós-parto, como estresse, ansiedade, depressão e medo, para a auto avaliação dos sentimentos e favorece a relação corpo-mente-emoções. Metodologia: As usuárias foram convidadas para participar ao chegarem na USF, assim, configurando-se demanda livre. Por ser aberto, o grupo investigado não tinha controle de presença, com participantes ingressando e saindo constantemente. Algumas das gestantes já estavam no final da gravidez e por isso participavam pelo menos quinzenalmente das práticas, sendo neste grupo mais fácil de observar e registrar no diário de campo a descrição precisa das situações/fenômenos relatados, bem como os registros das emoções e dos detalhes que transbordavam as atividades meditativas. Resultados: Foram realizadas 14 sessões durante o período de outubro/2019 a fevereiro/2020 com duração média de 30 minutos. Participaram 15 gestantes em cujos relatos sobre os desdobramentos das práticas em seu cotidiano, destaca-se: “Quando eu medito, me encontro comigo mesma! ”, corroborando com vários estudos sobre a qualidade de atenção que possibilita mudar modos de lidar consigo, com os outros e com os seus contextos de vida, a partir da prática da meditação. Não foram mencionados danos pelas participantes, de forma que não houve necessidade de interrupção das práticas. Mesmo sem apresentar um corpo de evidências robusto, sendo amparadas mais comumente em pequenos estudos de eficácia, essas práticas são uma alternativa terapêutica simples, segura e barata, que, além de melhorar a qualidade de vida, podem influenciar positivamente nos parâmetros fisiológicos e bioquímicos dos praticantes. Finalmente, defende-se que o aumento da quantidade de adeptos às práticas integrativas e complementares como a meditação, estudos maiores e melhor delineados sejam realizados para elucidar o real impacto dessas práticas para a prevenção ou tratamento das doenças. Considerando e êxito da experiência, sugerimos, ao final do estágio, que as equipes de saúde continuem e ampliem a oferta das sessões de práticas através de rodas de conversa e da implantação do pré-natal coletivo durante as sessões referidas. Desse modo, estarão criando e fortalecendo o vínculo de confiança entre as participantes e com a equipes de saúde, além de fortalecê-las e orientá-las no exercício da maternidade.