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ATIVIDADE ANTITUMORAL DOS ÓLEOS ESSENCIAIS: MITO OU VERDADE? UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
CYNTHIA CAROLINE Costa CLEMENTE

Última alteração: 2021-07-07

Resumo


Introdução: O câncer é uma doença caracterizada pelo crescimento desordenado de células que se tornam não responsivas aos sinais de controle de proliferação, morte e diferenciação celular, e é responsável por mais de 13% das mortes no mundo, com índice de mortalidade crescente(1). Apesar dos inúmeros avanços científicos demonstrados na última década, o tratamento do câncer ainda apresenta uma série de limitações: intervenções invasivas, efeitos colaterais dos quimioterápicos empregados e recorrência do tumor. Os efeitos adversos da terapia têm um impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes. Desta forma, nos últimos anos, há um interesse crescente no desenvolvimento de terapias complementares e novas alternativas às drogas atualmente disponíveis no mercado. O investimento em pesquisa de agentes da flora, na busca de novos fármacos antineoplásicos, a exemplo da pesquisa da capacidade anti-carcinogênica dos óleos essenciais(OE), seria de extremo significado uma vez que “os produtos naturais são importantes fontes de descoberta de novos agentes medicinais e, devido ao potencial biológico e farmacológico desses compostos, torna-se necessário realizar estudos que viabilizem a sua aplicação”(2). O interesse pelo estudo do papel dos OE e sua aplicabilidade terapêutica na prevenção e/ou redução de tumores, surgiu pelo crescimento da Aromaterapia e do uso dos OE no Brasil e no mundo e porque estes apresentam vantagens e propriedades terapêuticas e microbiológicas observadas nos seus constituintes químicos, além de capacidade antioxidante comprovada. Objetivos: O objetivo deste trabalho é avaliar o potencial efeito antitumoral dos OE sobre linhagens de células de câncer humano; elencar os principais tipos de células tumorais e tipos de câncer em pesquisas com OE diversos e identificar os principais constituintes químicos relacionados à atividade antitumoral dos OE. Metodologia: O presente trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica com levantamento de literatura científica nas base de dados Pubmed e Scopus, realizada nos últimos 5 anos, considerando os descritores essential oil e anticancer indexados no Decs(2020). Foram recuperados 122 artigos e excluídos artigos que consideraram a atividade antioxidante dos óleos essenciais; estudos experimentais sem os componentes isolados e que não apresentavam a cromatografia gasosa dos compostos. Após leitura do texto completo dos artigos pré selecionados, foram escolhidos 36 artigos. Desenvolvimento: Os tipos mais frequentes de câncer / tipos celulares submetidos à experimentação foram: mama (MCF-7), colorretal (HCT-116), fígado (HepG2), próstata (PC-3) e pulmão(Calu-3 e A549) (2). Foram observadas ações anticancerígenas de vinte e dois derivados monoterpênicos e sesquiterpênicos. Desses, sete monoterpenóides apresentaram maior índice terapêutico antitumoral em ensaios in vitro: linalol ou citral, carvacrol e timol, 1.8 cineol, e cânfora, limoneno e geraniol. Resultados: A análise dos artigos revisados indica que, o efeito antitumoral dos componentes químicos elencados, podem apresentar características apoptóticas. Eles apresentaram inibição expressiva da viabilidade celular das linhagens de células tumorais testadas dos OE estudados. Considerações: Ao elencar os principais constituintes dos OE e seu efeito antitumoral, espera-se que as pesquisas e estudos sistêmicos sejam utilizados para a aplicação destes, de forma combinada, à estudos de drogas anticâncer.


Palavras-chave


óleos essenciais; câncer; anticâncer; aromaterapia