Portal de Conferências da UnB, VI Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo

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KM3: EDIFÍCIO DE HABITAÇÃO COLETIVA E O CONTEXTO URBANO NA CONTEMPORANEIDADE
Sandra Catharinne Pantaleão

Última alteração: 2020-08-15

Resumo


A habitação tem sido um tema de destaque no debate do campo disciplinar, não apenas estabelecendo a prática profissional do arquiteto e urbanas, mas sobretudo por ter sido tema central de manifestos modernos e objeto de experimentação. Repensar o modo de compreender sua inserção na cidade como elemento morfológico e participe da paisagem urbana é um dos alicerces da contemporaneidade à medida que, superada a crise do Movimento Moderno, tem-se a sobreposição de escalas e processos diagramáticos como critérios projetivos. Notadamente, observa-se, num primeiro momento, as propostas utópicas dos edifícios em altura, nominados arranha-céus e, mais recentemente, as discussões relativas à integração edifício e cidade, seja por meio de edifícios híbridos ou por propostas que abranjam a escala da quadra e seus possíveis adensamentos. São processos projetuais que lançam olhares sobre a morfologia urbana e, a partir, de um discurso-diagnóstico ou uma postura crítica e interpretativa da dinâmica urbana, têm-se diversas experimentações. Frente ao exposto, este artigo aponta as mudanças na relação do edifício de habitação coletiva e a cidade, a partir da análise de momentos chaves da história recente do campo disciplinar. Como ponto de partida, é apresentada a ideia do Movimento Moderno: a habitação como máquina de morar, relatada nos debates dos quatro primeiros Congressos Internacionais de Arquitetura Moderna (CIAM’s) (1928-33) que tiveram como temas a habitação mínima e o urbanismo racionalista e forte presença de Corbusier cuja versão da Carta de Atenas foi publicada em 1943, além das propostas da Ville Radieuse e da Unidade de Habitação de Marselha. No entanto, a crise do Movimento Moderno perpassa por novos apontamentos acerca do edifício de habitação coletiva e o sentido de habitat, demarcando o período pós II Guerra Mundial. Entre 1947 e 1959, tem-se mudanças de posturas nos CIAM em que a participação do Team X ao destacar como tema tema o Habitat e a noção de pertencimento, adotando-se a escala humana em contraponto ao edifício monumental e isolado. Desdobram-se desta postura as discussões do grupo holandês MVRDV a partir de seus textos sobre adensamento, cidade vertical e as relações com as dinâmicas da contemporaneidade, em que os processos projetuais se desenvolvem pela articulação de escalas: da metrópole à configuração da unidade habitacional. Nesse contexto, o edifício de habitação coletiva é tratado como espaço tridimensional, se relacionando com a cidade e incorporando seus espaços. Ao longo do século XX, o tema habitação é fundamental para compreender as práticas projetuais e os processos de constituição do espaço urbano, levando a formação de edifícios híbridos, ou seja, a articulação de diversos usos com espaços complementares à unidade habitacional. Diante dessas discussões, esta pesquisa procurou fazer uma contraposição de como a habitação e a cidade foram tratados nesses três períodos, permitindo verificar que o edifício de habitação coletiva na contemporaneidade condensa as ideias propostas tanto pelo Movimento Moderno quanto pelo período de crise disciplina, pois pensa o edifício internamente e também externamente, somando a habitação ao habitat.


Palavras-chave


habitação coletiva; arquitetura contemporânea; cidade tridimensional; MVRDV;

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