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Cartografia musical do espaço: uma intervenção dionisíaca
Última alteração: 2020-08-15
Resumo
Nas cidades contemporâneas brasileiras, o comportamento das pessoas, normas de convivência e a prática arquitetônica corrente excluem corpos e potencialidades dos lugares. Buscou-se uma outra forma de apreensão e questionamento do espaço, tendo como estrutura a polaridade entre as pulsões gregas apolínea e dionisíaca trazidas por Nietzsche (2007). As pulsões tensionam e expõem potencialidades e fragilidades de dois mundos - grosso modo, o racional e o da experiência. A lógica apolínea individualizante, idealizada e utópica, mais frequente nas cidades brasileiras, se opõe à dionisíaca, como experiência coletiva e sensorial. Por meio de uma intervenção musical no centro de Florianópolis (SC), é feita uma leitura sensível dionisíaca do espaço, potente para nutrir os questionamentos quanto aos limites da arquitetura. Conclui-se que a intervenção dionisíaca insere o corpo do artista no espaço público, e são criadas ambiências efêmeras pela sua música. A imprevisibilidade dos encontros espaciais e com outros corpos potencializa o gesto e as intenções musicais, fortalecendo a experiência estética e política. É por meio da discórdia aberta e diálogo entre as pulsões apolínea e dionisíaca que a arquitetura, assim como a arte, se reinventa.
Palavras-chave
Experiência; Cidade; Música; Arquitetura; Cartografia
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