Diante do persistente e amplo quadro de vulnerabilidades e necessidades habitacionais no Brasil e considerando o esvaziamento de políticas urbanas de interesse social, o enfraquecimento do fomento à pesquisa, bem como a baixa absorção de profissionais nesse campo de atuação, desencadeia-se crescentemente no âmbito da pós-graduação em arquitetura e urbanismo uma discussão coletiva sobre o papel da universidade no enfretamento dessas condições pelo direito à cidade. Neste sentido, o papel extensionista das universidades é fundamental, pelas possibilidades irrigadoras de soluções partilhadas, mediação e realização de tecnologias sociais próprias e inovadoras, condição essencial para a produção e melhorias de habitação adequada e cidades mais sustentáveis. Nos últimos anos, em diversas universidades se ampliam as iniciativas de projetos extensionistas e no âmbito da pós-graduação crescem as possibilidades de capacitação técnico-prática, potencializando importantes avanços sociais coletivos. Entre as possibilidades de atuação estão incluídos os profissionais inscritos em programas de residência acadêmica em arquitetura, urbanismo ou engenharia, ou em programas de extensão universitária, por meio de escritórios-modelos ou escritórios públicos com atuação na área, definidos na Lei Federal 11.888/2008. A proposta para esta Sessão Livre traz algumas dessas experiências no Brasil, buscando discutir os avanços e desafios na implantação de novos cursos de pós-graduação desta natureza e os desdobramentos efetivos de assistência e assessoria técnica em arquitetura e urbanismo, como práticas inovadoras em prol da conquista coletiva de cidades melhores e mais justas.