Última alteração: 2020-08-15
Resumo
Este artigo visa colaborar com a concepção de métodos alternativos de investigação das cidades a partir de urbanidades evocadas por áreas denominadas periféricas em Maceió, Alagoas. Para tanto, investigou-se comunidades inseridas no Vale do Reginaldo, referência dentre as mais significativas no que tange aos borrões de pobreza ocultos que se espalham nesta cidade mais conhecida por seu belo litoral turístico. No Vale, a experiência do corpo acabou se transformando na principal ferramenta do processo desenvolvido. E através dele, foi possível descobrir a sonoridade que existe naquele espaço não apenas como mais um canal perceptivo mas como uma forma de se construir materialmente os lugares. Atentar ao som se somou às possiblidades de desvendar estratégias que demonstram a sutileza de suas manobras. Ao mesmo tempo a pesquisa foi revelando que a parte da cidade que rejeita a periferia, torna seus préstimos indispensáveis para o seu funcionamento. Portanto, através de incursões, de contatos com os moradores e de uma observação constante, surgiram pistas de possíveis formas de tornar os estudos urbanos mais porosos aos amálgamas que as cidades constroem no seu cotidiano, relativizando dualidades óbvias que em geral habitam os discursos tradicionais.