Portal de Conferências da UnB, VI Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo

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O ENSINO DE CONFORTO AMBIENTAL: PRÁTICAS ATUAIS E PERSPECTIVAS
Luciane Cleonice Durante, Simone Berigo Buttner

Última alteração: 2020-08-19

Resumo


A concepção de edifícios e espaços urbanos se dá por um processo complexo, o que exige por parte dos projetistas, o entendimento dos agentes envolvidos e de conceitos específicos da solução adotada, em ambas as esferas. Um dos principais desafios dos cursos de Arquitetura e Urbanismo é capacitar o aluno para atuar no mercado de trabalho com as atuais demandas do panorama mundial, de grandes impactos, que não se limitam ao aspecto ambiental, mas também atingem toda a dinâmica socio-econômico-cultural das cidades, onde a maior parte da população mundial reside.

O habitat – ambiente construído na dimensão da edificação e da cidade – estabelece relações biunívocas, onde um afeta o outro e as relações entre condicionantes ambientais, tais como luz e calor, podem ser aproveitadas de forma positiva, gerando ambientes mais saudáveis e de mairo bem-estar, ou negligenciadas, gerando ambientes total ou muito dependentes de sistemas ativos para sua manutenção e ocupação.

Assim, os elementos do conforto ambiental devem ser condicionantes primordiais, desde o início de concepção de um partido arquitetônico, e não apenas tratados como um protocolo de verificação técnica quanto às normas vigentes, como é abordado, ainda, em algumas instituições de ensino. Para atender a esta a realidade, os cursos de Arquitetura precisam rever o ensino desta área de conhecimento e buscar metodologias e ferramentas adequadas para o ensino e, principalmente, discutir a importância da interdisciplinidade, inserindo

Como correlato, exige-se cada vez mais que esta área do conhecimento seja abordada e aprofundada durante a formação dos Arquitetos, integrando-a  com as demais disciplinas do curso, em especial, às práticas de projeto. Portanto, o grande desafio é evitar que a disciplina tenha apenas conteúdos teóricos isolados da prática projetual e restritos apenas ao conhecimento de física aplicada à arquitetura, mas que possa, também, sensibilizar o aluno com as questões de percepção espacial, através da avaliação da influência dos fatores físicos, ambientais, culturais e psicológicos sobre o comportamento do usuário.

É necessário desenvolver a compreensão de como os indivíduos percebem, assimilam e agem a partir de informações que captam no ambiente a sua volta. É a partir dessa compreensão que as tarefas exercidas em determinado ambiente podem ser melhoradas principalmente em relação ao conforto e à segurança do usuário.

No sentido de contribuir com a discussão do ensino de conforto ambiental, propõe-se a presente temática composta por quatro textos, que envolvem a Universidade de Brasilia (UnB), a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e o Instittuo Politécncio de Dublin.

O primeiro, intitulado “Critérios de avaliação de sistemas de certificação e interface com o conforto ambiental de edificações residenciais”, liderado pela UnB, trata da relação dos requisitos das certificações com os temas de conforto ambiental. Apresenta uma visão macro da importancia desses temas no universo das certificações, entendidas como ferramentas de medida da sustentabilidade.

O segundo texto, liderado pela UFMT, aborda as “Ferramentas de ensino de conforto térmico: um relato de experiência na UFMT”, destacando a importância dos recursos didáticos no ensino do tema, em especial, o heliodon desenvolvido.

O terceiro texto - “Conforto lumínico e a sensibilização da importância da luz natural” – descreve as potencialdiades da simulação computacional aplicada ao desempenho lumínico, descrevendo como esse recurso pode subsidiar decições de projeto, quando tratada de forma interdisciplinar.

Por fim, apresenta-se a experiência do Instituto Politécnico de Dublin, abordada por Patrick Daily no último e quarto texto intitulado “Environmental comfort and energy efficiency in Technical University of Dublin”, evidenciando que a simulação computacional é parte integrante da prática projetual com vistas à avaliação da eficiência energética e desempenho dos projetos.

Tem-se, então, a partir das realidades e contextos discutidos, oportunidade de relatar experiências para ampliar as possibilidades e enriquecer o conjunto de ferramentas metodológicas no ensino de conforto ambiental.

 


Palavras-chave


eficiência energética; simulação computacional, certificação ambiental

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