Última alteração: 2020-08-15
Resumo
A mobilidade a pé, forma de deslocamento mais democrática e antiga, também é a que mais expõe caminhantes às condições dos espaços públicos. Através da lente do gênero, a reflexão sobre como as desigualdades atribuídas entre homens e mulheres, transferidas na produção do espaço urbano - especialmente nas relações entre público e privado - evidenciam diversos eixos de opressão que atravessam os deslocamentos de mulheres em suas vivências cotidianas. A invisibilização de mulheres dentro do planejamento também ocultou características comuns em seus movimentos - que são resultado da divisão sexual do trabalho entre homens e mulheres. Assim, os deslocamentos a pé encontram barreiras que são mais sentidas e vivenciadas por mulheres. Por isso, a mobilidade a pé de mulheres se apresenta como um elemento essencial para compreender de que modo - e com que urgência - deve-se repensar caminhos para políticas e produção para um espaço urbano mais justo.