A visita à Igreja Anastasis, projeto de Álvaro Siza Vieira nos arredores de Rennes, deflagrou o processo de investigação sobre as referências presentes na obra. O contato com o edifício promoveu a reunião inusitada de momentos históricos, tipologias e a teoria da arquitetura através de elementos díspares. Este método de leitura se configurou à partir da obra, assim como a entrada para a trajetória do arquiteto ocorre de modo oblíquo/tangente, diferente do estudo de suas obras mais reconhecidas e divulgadas. Neste artigo, a Igreja Anastasis serve de porta interpretativa para acessar uma constelação desenhada entre Siza e Alberti que nos conduz a refletir sobre os templos contemporâneos e uma certa atemporalidade da arquitetura. Tratamos do caráter do espaço religioso que Siza pretendia no projeto, cuja arquitetura retém o tempo. Análoga à arte contemporânea, seja através da luz ou dos volumes esta arquitetura consegue suspender o tempo.