Portal de Conferências da UnB, VI Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo

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DESAFIOS DE PROJETOS LOCAIS: INTERLOCUÇÕES E REDES ALINHADAS AOS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Vera Regina Tangari

Última alteração: 2020-08-19

Resumo


Esta sessão entrelaça em rede as abordagens de diferentes grupos de pesquisa e instituições, que se dedicam a estudar as interlocuções entre crianças e cidades. Atuam em múltiplas escalas com distintas abordagens socioambientais, face à urgência em reinventar nossas cidades tendo em vista a constituição e qualificação de territórios educativos que nela se estabelecem, relacionando as unidades escolares e seus entornos, com foco nos percursos e na visão que conformam do mundo a sua volta.

Propôs-se para essa sessão o debate  acerca de experiências em diferentes cidades no Brasil e o compartilhamento de dispositivos e estratégias de escuta, de pesquisa e de ação, de forma a analisar a percepção das crianças, enquanto atores sociais na cidade, a partir de suas vivências cotidianas e de seus desejos segundo essas impressões, sejam elas positivas ou negativas. Compreende-se a potência da atuação conjunta dos participantes e dos agentes públicos e privados envolvidos na gestão e planejamentos urbanos, para enfrentar os desafios postos às cidades do século XXI através de processos participativos e inclusivos. Essa discussão se alinha à discussão mundial sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, buscando uma alternativa viável ao enfrentamento dos grandes desafios urbanos: sustentabilidade socioambiental, segurança física e combate às desigualdades, melhorias de habitabilidade e de desempenho educacional e afetivo.

Com base na aproximação entre pesquisadores, professores e profissionais que atuam em instituições de ensino e pesquisa (IES) e em órgãos municipais de gestão e planejamento nas cidades do Rio de Janeiro e de Chapecó, propõe-se a apresentação de quatro trabalhos a seguir descritos, que promovem reflexões e instigam ao debate.

No trabalho 1, as autoras discutem os “Diálogos entre escola e cidade na proposta por um mapeamento afetivo da cidade do Rio de Janeiro”, a partir da experiência de parceria com o Escritório de Planejamento da Subsecretaria de Planejamento e Acompanhamento de Resultados - CVL/SUBPAR da Casa Civil e com a Secretaria Municipal de Educação, ambos órgãos da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Entrelaça as abordagens de pesquisas sobre os sistemas de espaços livres públicos e privados e sobre infância e cidade, aplicadas a subsidiar o Plano de Desenvolvimento Sustentável para a cidade.

O trabalho 2 dá continuidade ao primeiro, pois nele os autores descrevem as “Contribuições do Mapeamento Afetivo dos Territórios Educativos do Rio de Janeiro para o Plano de Desenvolvimento Sustentável da Cidade”.  Relata a análise a partir da parceria acima citada, em atividade desenvolvida para que, através da percepção dos estudantes da rede escolar municipal sobre os espaços públicos, seja possível entender qual cidade existe aos olhos das crianças e jovens, quais problemas, dificuldades, alegrias e facilidades eles encontram no diálogo com a cidade que habitam.

Ainda como decorrência das atividades discutidas nos trabalhos anteriores, o trabalho 3 aprofunda questões cogniticas a partir da observação de atmosferas de preferência no caminho para a escola. Os autores apresentam resultados preliminares sobre as representações das crianças a respeito do trajeto casa-escola, com o objetivo de identificar a percepção dos elementos morfológicos e inter-relações, significados, sensações e sentimentos neste percurso cotidiano.

Finalmente, no trabalho 4, o autor discute a ressignificação de instrumentos do campo disciplinar da Arquitetura e Urbanismo quando aplicados em oficinas com crianças de maneira a valorizar sua “leitura de mundo” , além de indicar um caminho de autonomia da infância no aprendizado sobre os potenciais educativos do território. 

Como resultados esperados, propõe-se fortalecer uma rede colaborativa que, segundo acordos de cooperação técnica ou de pesquisas conjuntas, busca a formulação de estratégias de pesquisa e projeto e de subsídios às iniciativas de planejamento urbano que considerem a perspectiva das crianças como cidadãos com direito pleno a cidades mais afetivas e inclusivas.

Palavras-chave


projetos locais; mapeamento afetivo; territórios educativos; criança-cidade; Rio de Janeiro; Chapecó

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