Última alteração: 2020-08-15
Resumo
Neste artigo se investiga as relações construídas entre os espaços urbanos afetados pela construção de um sistema de BRT e os sujeitos da mobilidade ativa a fim de entender como as mudanças estão afetando sua acessibilidade. A hipótese se sustenta na observação do cenário de precárias condições estruturais do espaço público no entorno das estações, agravadas por mudanças após a implantação do BRT, em que pedestres e ciclistas estão sendo gradativamente desencorajados a se deslocarem até as estações de BRT e aos espaços de entorno, optando por outras formas de transporte ou mesmo pela imobilidade. Após breve revisão sobre as políticas públicas de mobilidade e os critérios de acessibilidade em diversos âmbitos, constrói-se uma análise a partir de uma pesquisa de campo no bairro da Taquara, município do Rio de Janeiro. Conclui-se que não há preocupação direta com a acessibilidade dos usuários do BRT, muito menos a consideração de que o espaço público faz parte do sistema de mobilidade – que inclui pedestres e ciclistas, não havendo qualquer incentivo para que as pessoas se desloquem e utilizem o serviço.