Última alteração: 2020-08-15
Resumo
O texto apresenta um conjunto de notas sobre intervenções em patrimônios construídos frente aos princípios estabelecidos por Cesare Brandi na teoria do restauro. São examinados impasses e controvérsias presentes nestas operações, que se concentram nas dimensões do tempo e da materialidade. A recente ampliação do conceito de patrimônio determinou o crescimento acentuado do acervo protegido, que passou a incluir bens com reduzido valor histórico-artístico (e arqueológico), como os “lugares de memória”: além dos parâmetros técnicos e eruditos rigorosos, começaram a ser utilizados critérios subjetivos, contribuindo para a relativização da hierarquia patrimonial e a valorização indiscriminada da materialidade dos bens. Neste contexto é superestimado o risco de incidência do “falso histórico”, ocasionando a utilização acrítica do “princípio da diferenciação das partes novas”, aplicado indistintamente à ampliações e reparos de todas as categorias e dimensões; um recurso que recebe a atribuição questionável de datar a intervenção, o que deriva claramente do vício moderno presente na interpretação dos princípios que norteiam a atividade, como também se busca demonstrar.
PALAVRAS-CHAVE: intervenção patrimonial, restauro, Cesare Brandi, falso histórico