Última alteração: 2020-08-15
Resumo
Idealizadas por importantes personagens do movimento moderno brasileiro, as ações de seleção, conservação e restauração durante a “fase heroica” do SPHAN, de modo geral, encaravam a cidade em si como uma obra de arte, negligenciando seu crescimento e pautando as decisões sob um viés estético- estilístico. Na ausência de regulações específicas e com a contradição entre o discurso e a prática, sedimentou-se uma prática de preservação que, por vezes, ocasionou a criação de uma arquitetura artificiosa, pautada nas expressões arquitetônicas do período colonial. Esta prática, interligada à falta de valorização das pessoas e seus modos tradicionais de produção do espaço, reflete na cenarização vista em muitos sítios históricos brasileiros, especialmente naqueles formados, inteiramente ou em grande parte, por uma arquitetura essencialmente vernacular. Desta forma, este trabalho se propõe a verificar e analisar as reverberações desta prática de preservação em intervenções no conjunto edificado de Mucugê.