Apesar de fundada sobre a pauta de moradia para uma população vulnerável, jovens LGBTQ, a ONG Casa 1 – república de acolhida, centro cultural e clínica social – teve desde seu início características que ultrapassavam esta temática. Aliando moradia, cultura, educação, saúde e saúde mental, o conjunto de equipamentos localizados no bairro do Bixiga, em São Paulo, se transformaram rapidamente em um referencial urbano para diversos grupos. A ONG se envolve em uma rede com diversos atores: vizinhos, outros grupos da sociedade civil, empresas privadas, equipamentos públicos e personalidades políticas. Partindo de uma extensa pesquisa de campo e da análise de material institucional, este artigo apresenta a estrutura da Casa 1 como um tripé que alia moradia, cultura/educação e saúde/saúde mental. A Casa 1 é analisada como uma estrutura que atua em rede no Bixiga. Aliando as necessidades da vizinhança às pautas sociais, a ONG operaciona uma aliança política e de resistência da vizinhança e de populações minorizadas.