Última alteração: 2020-08-15
Resumo
A cidade de Belo Horizonte/MG tem lidado, frequentemente, com propostas de parcerias estabelecidas entre o poder público e investidores privados que, em geral, privilegiam a condução de intervenções subordinadas à lógica de mercado. Nesse cenário, os lugares vem se transformando em produtos, de tal modo que prevalecem as relações de consumo ao invés da importância na constituição de memórias afetivas ou de relações sociais. O Bairro Lagoinha, um dos mais antigos da capital e que concentra relevante patrimônio cultural, a partir do ano de 2014, tem sido foco de pesquisas conduzidas pelo poder público culminando na divergência de interesses de renovação e recuperação urbana do bairro: de um lado representado pela proposta da Operação Urbana Consorciada Antônio Carlos/Pedro I – Leste-Oeste (OUC ACLO) e, do outro, pelo interesse na manutenção da sua importância patrimonial por meio da instituição do Conjunto Urbano Lagoinha, Bonfim e Carlos Prates (Deliberação Nº 193/2016). Diante disso, o objetivo desse artigo é de compreender os desafios na condução de diretrizes para o desenvolvimento urbano do Bairro Lagoinha, considerando a Operação Urbana Consorciada proposta em 2014 em contraponto à recente política de proteção patrimonial.