Os espaços livres públicos como ruas e praças, representam o palco do lazer e da cidadania. Todavia, as crianças estão mais distantes desses espaços das cidades ao redor do mundo, sendo relegadas aos espaços privativos. Assim, há um debate sobre como são as apropriações das infâncias em espaços livres públicos por meio de brincadeiras. Este estudo objetivou analisar os modos de apropriação das crianças através das brincadeiras nos espaços livres públicos de Quixadá-CE. A investigação foi exploratória e descritiva. A coleta de dados foi realizada por registros fotográficos de brincadeiras de crianças em áreas centrais e não centrais para compreender as apropriações em espaços livres públicos planejados para o uso de crianças e espaços não planejados para esse fim, mas ocupados por elas. Foram contabilizados 25 eventos, sendo 20 em espaços não planejados e 4 em espaços planejados. Houveram diferentes modos de apropriação dependendo dos contextos físicos, idade e sexo das crianças, tipos de brincadeiras e presença ou ausência de supervisão de adultos. A investigação das brincadeiras nos espaços livres públicos pode ajudar na melhoria do planejamento urbano na escala da criança ao promover seu pleno desenvolvimento, o seu reconhecimento enquanto sujeito ativo e o entendimento da cidade como objeto de transformação social, conquista da cidadania e realização do direito de acesso à cidade de modo mais livre e autônomo.