Última alteração: 2020-08-15
Resumo
O cultivo do café no território paulista, estruturada no modelo agrícola voltada à exportação, impulsionou São Paulo ao patamar econômico nacional, fez surgir cidades, interligou o estado por ferrovias e estruturou a sociedade da época. Nesse cenário, as fazendas cafeeiras desempenharam um importante papel: era onde se realizava todo o cultivo e beneficiamento do grão, como também, se desenvolvia a vida social. Essa próspera economia atraiu para a região da Alta Paulista, a implantação de um empreendimento de capital estrangeiro, a Companhia Agrícola Rio Tibiriçá. A propriedade, especializada na produção de café, possuiu em seu auge mais de dois milhões de cafeeiros e contava com uma completa infraestrutura tanto no amparo da produção, quanto para o convívio e lazer dos moradores. A Companhia findada em 1956, vendeu suas terras em pequenas propriedades e seus edifícios foram aos poucos sendo desmatelados ou arruinados. Atualmente, localizada na zona rural de Gália-SP, a propriedade ainda concentra alguns poucos edifícios remanescentes, testemunhos materiais de um período de extrema importancia na história do estado de São Paulo. O artigo tem como objetivo fazer o reconhecimento desse patrimônio rural arruinado e discutir sua preservação, tocando em temas como a inventariação, a educação patrimonial e o turismo rural. O procedimento metodológico baseou-se em levantamento bibliográfico, fotográfico e visita de campo. Aponta que a preservação de patrimônios rurais pode ser potencializada através de projetos que integrem medidas tanto de educação patrimonial quanto aquelas que visam o turismo rural, reconhecendo as especificidades locais e regionais com seu contexto espacial, político e cultural.