Portal de Conferências da UnB, VI Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo

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RECONSTITUIÇÃO HISTÓRICO TEMPORAL DA EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL DO CENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA
Niuxa Dias Drago, Naylor Vilas Boas, Sebastião Guedes

Última alteração: 2020-08-28

Resumo


A Exposição Internacional do Centenário da Independência do Brasil teve lugar entre o desmonte do Morro do Castelo e respectivo aterramento da Praia de Santa Luzia, no Rio de Janeiro, em 1922/23. Bastante estudada por diversas disciplinas, a comemoração oficial do centenário, prestes a completar 100 anos, já foi motivo de publicações na área dos estudos urbanísticos e arquitetônicos, com destaque para os textos de Ângela Martins (1998), Ruth Levy (2010), Raquel Coutinho da Silva (2012), e Margareth Pereira (2013). No entanto, tendo durado 10 meses, entre setembro de 1922 e julho de 1923, o recinto da exposição, com seu arruamento, tratamento paisagístico, mobiliário urbano, e pavilhões, não pode ser considerado uma obra acabada conforme levam a entender os mapas e fotografias divulgados pelos órgãos oficiais da comemoração. As obras levadas a cabo pelo Prefeito Carlos Sampaio (KESSEL, 2001) e o aumento considerável do número de automóveis e visitantes, as mudanças provocadas pela iluminação pública noturna, o costume do veraneio e eventos da cidade, como o Carnaval, transformavam continuamente o espaço da exposição, que nunca funcionou com todos os pavilhões em atividade. Como costuma suceder em grandes eventos organizados em momentos de turbulência política, como era o caso do Rio de Janeiro, então capital, as constantes mudanças nas diretrizes e projetos fizeram com que a exposição fosse inaugurada com apenas cinco pavilhões abertos ao público e fechada quando cinco dos principais pavilhões já estavam vazios.

O objetivo desta pesquisa é reconstituir e analisar o recinto da exposição durante o processo de sua construção e permanência, gerando uma representação da exposição “em progresso”, assim como já feito por Naylor Vilas Boas em relação ao desmonte do Morro do Castelo (2007), operação conjugada à construção da Exposição. Acreditamos poder, desta forma, visualizar o cenário das comemorações em sua verdadeira dimensão urbana. O mapa temporal destas transformações poderá nos ajudar ainda a responder a algumas questões: 1) A criação de uma imagem não-oficial da exposição, que permita avaliar como ela se incorporou à dinâmica da cidade, para além dos eventos de setembro, quando estavam presentes autoridades estrangeiras; 2) Compreender de que forma os acontecimentos imediatos foram modificando o projeto inicial do recinto; 3) Entender como os pavilhões foram se adaptando ao lugar, já que este era um território “novo”, fruto de recente aterramento, tendo bordas imprecisas, que estavam em transformação - numa delas o mar e o aterro que evoluía e em outra um morro “em desmonte”. Quais teriam sido as referências para implantação dos edifícios? 4) Em relação à nova dinâmica urbana noturna, possibilitada pela iluminação pública elétrica, como teria a exposição impactado neste costume, considerando-se ainda que o Rio atravessou períodos de Estado de Sítio?


Palavras-chave


Rio de Janeiro; História Urbana; Exposição Internacional; Representação Gráfica; Mapeamento digital

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