Última alteração: 2020-08-28
Resumo
Pode um edifício ser um ato subversivo à arquitetura? Este artigo analisa o icônico projeto do Centro Georges Pompidou, deixando de lado qualquer análise formal, e reflete a partir do seu caráter revolucionário. A partir de uma breve revisão histórica-cultural dos anos 1960, este texto propõe rever o Pompidou sob três dos seus principais aspectos: como um artefato antiarquitetônico ao propor ser um vazio ou um evento e não um objeto físico, contrariando o papel do programa; como se transformou de um não-monumento a um antimonumento ao longo dos anos; e como seu invólucro externo questiona a noção de fachada como um mero fechamento e passa a ter espessuras e funções inusuais. Essa reflexão crítica pretende mostrar que simples análises de forma deixam de lado importantes características conceituais que só podem ser (re)vistas por meio de uma reflexão mais profunda e abertas a outros campos do conhecimento.