Última alteração: 2020-08-15
Resumo
A falta de moradia é uma realidade das cidades contemporâneas. A crescente ocupação das ruas conflita com o esforço para remover estas pessoas de sua condição ou, mais frequentemente, apenas de um espaço público no qual esta apropriação não é tolerada. Essa questão demanda novas formas de urbanismo coletivo e expõe uma fronteira entre o atelier de projeto e a sociedade; é bem vinda uma reflexão cuidadosa do arquiteto e urbanista, bem como de seus meios de formação: de quais maneiras podemos impulsionar uma realidade tão dura no caminho da dignidade humana? Este artigo analisa o uso da arquitetura móvel como uma resposta viável, prática e rápida a essa pergunta. Trazendo alguns exemplos para a discussão, propõe reflexões sobre como ela e o design habitado podem se adaptar à cultura, ao clima e às necessidades das pessoas em situação de rua no Brasil para melhor atendê-las; e como poderiam aproximar e sensibilizar sua relação com o resto da sociedade. Posta a análise, o estudo comenta as possíveis contribuições da execução de tais projetos no ambiente acadêmico, tanto no âmbito social quanto na formação e preparação profissional para variadas atuações e mercados.