Última alteração: 2020-08-15
Resumo
Este trabalho trata de conjuntos habitacionais produzidos em regime autogestionário na cidade de Belo Horizonte (BH), Minas Gerais, entre 1996 a 2009. Ainda que originadas de distintas iniciativas e programas públicos, tais experiências têm em comum, em maior ou menor grau, a participação popular a partir de práticas inclusivas e democráticas no acesso à cidade e moradias dignas. Dessa forma, tais conjuntos constituem um amplo campo para análise e diagnóstico das tecnologias aqui denominadas contra-hegemônicas. Logo, a partir do estudo de caso em um dos conjuntos, esse trabalho apresenta e discute uma interface desenvolvida para análise da produção autogestionária de moradias presentes em Belo Horizonte. Dentre outros aspectos, a interface fornece instrumentos para a percepção crítica do arranjo de produção das habitações, com foco na qualidade do espaço e da construção. Buscamos assim evidenciar a história de envolvimento dos moradores com os movimentos de luta por moradia; o seu grau de autonomia nas decisões acerca dos arranjos produtivos (planejamento, projeto e execução das obras); as oportunidades de qualificação profissional e as ações comunitárias desenvolvidas posteriormente à construção do conjunto.