Última alteração: 2020-08-15
Resumo
O modelo de desenvolvimento urbano atualmente empregado nas cidades resultou, devido a ação de diversos agentes – sociais, econômicos e políticos, no surgimento dos vazios urbanos. Os vazios urbanos figuram como espaços remanescentes da dinâmica urbana, podendo variar entre a propriedade fundiária ou edificada, embora os espaços vazios sejam vistos ao longo de toda cidade, sua maior concentração é vista nos centros antigos das urbes. As cidades brasileiras passaram por um processo de expansão urbana em meados do século XX que resultou numa série de obras urbanas influenciadas, dentre outros, pela industrialização tardia do país. Em João Pessoa, capital paraibana, ocorreu um processo semelhante ao visto nacionalmente. Reformas de infraestrutura urbana foram executadas nas primeiras décadas do século XX, o que permitiu o avanço da cidade para eixos outrora não explorados, esse processo desencadeou a perda significativa do contingente habitacional do centro da cidade o que, no decorrer dos anos, fez surgir e consolidar os vazios urbanos nesse recorte. Embora os vazios urbanos centrais sejam comumente tidos como indicadores negativos de urbanidade, há quem defenda que os vazios encontrados em áreas consolidadas do espaço intraurbano, providas de infraestrutura urbana a exemplo dos centros das cidades, sejam espaços com grande potencialidade de transformação urbana, isso se dá devido a possibilidade de intervenção e mudança na dinâmica urbana já estabelecida. Esse trabalho, portanto, busca refletir sobre como os vazios urbanos centrais são decisivos na reabilitação de áreas centrais, a partir de um novo modelo de desenvolvimento urbano, o sustentável.