A Unidade de Internação de Saída Sistemática (UNISS) integra uma das setes unidades socioeducativas de internação do Distrito Federal. O objetivo da instituição é atender adolescentes e jovens, que estão em processo de finalização de sua medida socioeducativa de internação, originários de outras unidades de internação do Distrito Federal, contribuindo com seu processo de reinserção sociocomunitária, promoção de sua autonomia e integração ao mercado de trabalho.

A problemática que foi observada e desencadeou na elaboração do projeto, é que durante a etapa de acolhimento desenvolvido pelo atendimento do assistente social é realizada a coleta de dados pessoais dos socioeducandos acautelados na unidade. No Cadastro Interno - CADIN há cinco marcadores identitários, como: raça/cor; medida protetiva; orientação sexual; possui filhos; composição familiar e renda familiar. Quando se questiona sobre estes aspectos para os socioeducandos, muitas vezes as opções que apareciam não coincidiam com as respostas dos mesmos. A exemplo, quando perguntado sobre sua composição familiar alguns adolescentes respondiam que moravam com a mãe, padrasto e irmãos. Porém, esta opção de família recomposta não estava disponível.

O objetivo geral deste projeto, é: promover, a partir da reformulação do CADIN, a inserção de marcadores identitários e sociais para uma maior compreensão do socioeducando, sua respectiva família e rede de apoio, visando a promoção de fatores de proteção individual e/ou sociofamiliar. E os objetivos específicos, são: otimizar a coleta de dados pelo assistente social por meio de itens mais qualificados a serem apresentados no CADIN; promover dados que possam ser analisados criticamente; auxiliar o assistente social no direcionamento interventivo considerando os dados incorporados nesse cadastro e apresentar o perfil dos socioeducandos que estão inseridos na UNISS com base nos dados obtidos no CADIN.

A metodologia deste projeto se divide nas seguintes etapas. A primeira é baseada na atualização das opções dos marcadores sociais já existentes no CADIN: raça/cor; medida protetiva; orientação sexual; possui filhos; composição familiar e renda familiar. A segunda é embasada em acrescentar algumas opções, como: identidade de gênero; Assistência Social; Benefícios Eventuais concedidos; Benefício de Prestação Continuada; deficiência pessoal e na família. Ressalta-se novamente que estas atualizações propostas estão propostas através de conversas com o supervisor de campo e estudos juntamente com pesquisas feitas a partir de análise documental sobre estes marcadores identitários e sociais para a elaboração, verificação e mudanças feitas neste instrumental.

Neste contexto de pandemia do COVID-19, houve alguns imprevistos e o projeto ainda não foi executado. Porém, espera-se como resultados que através desta reformulação será obtido dados para uma análise mais profunda dos adolescentes que perpassam a UNISS, tais informações poderão ser utilizadas pela UNISS em reuniões com o sistema socioeducativo para demonstrar o perfil destes socioeducandos, o contexto social e sociocomunitário e assim melhorar o atendimento e estratégias de intervenção com base nas demandas dos mesmos.

Entende-se que este projeto de intervenção irá subsidiar um melhoramento na parte do acolhimento e ações interventivas do Serviço Social com o socioeducando, pois  estes marcadores identitários trazem uma base para um debate mais crítico e reflexivo junto a área de atuação profissional.