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INFECÇÃO HOSPITALAR EM PESSOAS IDOSAS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO DISTRITO FEDERAL
Última alteração: 2017-07-27
Resumo
INTRODUÇÃO O envelhecimento populacional constitui a mais importante mudança demográfica tanto em países desenvolvidos quanto em países em desenvolvimento, como o Brasil. A Organização Mundial da Saúde propõe 60 anos ou mais como idade em estudos da população idosa. A hospitalização é considerada um risco para as pessoas idosas, por serem mais suscetíveis a infecções hospitalares (IH) causadas muitas vezes pelo repouso prolongado no leito durante o período de internação. Entre os fatores de risco para IH em idosos destacam-se: a presença de comorbidades; neoplasias; neutropenia; a utilização prévia de antimicrobianos; a estadia em unidade de terapia intensiva; a entubação traqueal por mais de 24 horas; a internação prolongada ou a transferência para outro hospital. Infecções do trato urinário, pneumonias, infecções do sítio cirúrgico e sepsis são as principais manifestações de infecção hospitalar em idosos. Infecção Hospitalar (IH) é toda aquela adquirida durante a internação, normalmente provocada pela microbiota bacteriana humana que, em decorrência da doença, dos procedimentos invasivos e do contato com a microbiota hospitalar, se desequilibra com os mecanismos de defesa do organismo. OBJETIVOS: identificar a prevalência de infecção hospitalar em pacientes que ficaram internados na unidade de Clínica Médica de um hospital universitário no ano de 2014; verificar o perfil de pacientes internados na Clínica Médica em um hospital universitário em relação as variáveis sexo, idade, procedência, diagnósticos médicos, medicamentos em uso, uso de dispositivos médico invasivo; identificar o perfil de infecções hospitalares observadas na Clínica Médica em um hospital universitário em relação à prevalência das espécies microbianas identificadas e antibiograma. METODOLOGIA: Estudo epidemiológico, de caráter descritivo correlacional, retrospectivo, com análise quantitativa de prontuários. A população do estudo foi composta por todos os prontuários de pacientes idosos admitidos na Unidade de Clínica Médica durante os anos de 2014 e 2015, assim a amostra será de conveniência, ou seja, todos os idosos destes períodos serão incluídos. A presente pesquisa foi realizada em um hospital universitário de Brasília, localizado no Distrito Federal, no Serviço de Arquivo Médico (SAME). Os critérios de inclusão serão: ser prontuários de idosos de ambos os sexos, admitidos na unidade de Clínica Médica, durante os anos de 2014 e 2015. A coleta de dados foi realizada por meio de um instrumento com as variáveis sociodemográficas e clínicas dos idosos. A análise dos dados, quantitativa, foi realizada por meio de distribuição e frequência absoluta e percentual, com a elaboração de tabelas, em uma planilha eletrônica do programa Excel da plataforma Microsoft Windows. O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências da Saúde da UnB (CEP-FS) em 09/03/2016 sob o protocolo CAEE: 52861816.1.0000.0030. RESULTADOS A amostra constitui-se por 102 prontuários no ano 2014 e 103 no ano de 2015, totalizando 205 prontuários, referentes as internações de pacientes na Clínica Médica, sendo destes 58,8% (n=57) no ano de 2014 e 34,9 % (n=36) no ano de 2015, no total 45,3% (n=95) de pessoas com 60 anos ou mais. A taxa de IH no período de internação para estes idosos foi no total de 21,5%. Destaca-se que o gênero pouco influenciou nos admitidos com predominância do sexo feminino (53,8%); a faixa etária teve uma boa divergência, mas aqueles com idade de 60 a 69 anos (40,8%) foi o maior público dentre os idosos; também notamos que a grande maioria dos admitidos eram procedentes de regiões administrativas do próprio Distrito Federal (63,5%) o que concluísse que a instituição estudada por ser um centro de ensino referência em diversas especialidades atende a uma margem de pacientes vasta e de distintas regiões. Foi possível visualizar que os principais diagnósticos dos admitidos foram dos sistemas digestório (Câncer do trato gastrointestinal) (38,8%) e respiratório (Pneumonias em geral) (22,6%). O índice de óbitos (26,8%) é sempre preocupante em pacientes idosos, pois são pessoas mais fragilizadas o que aumenta o risco; respectivamente está o quadro daqueles diagnósticos inalterados (34,4%) que muitas das vezes são casos paliativos. Em sua maioria o tempo de internação foi de 1 a 10 dias (56%) o que mostra que a CM atende muitos casos com rápida melhora e também casos com programação diária para casos oncológicos (onde o admitido fica de 1 a 3 dias para realização da quimioterapia); em segundo temos aqueles com um período de 11 a 20 dias (28%) que considero com grau de perigo maior para IH em relação ao dado passado, pois gera maior tempo de internação, mais procedimentos invasivos, maior manipulação do mesmo e gravidade do quadro aumentada. Ainda durante a coleta, foi possível observar por meio das fichas do Centro de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), identificar três microorganismos multirresistentes, sendo eles: Streptococcus Agalactiae em 1,7% dos prontuários do ano de 2014; Escherichia Coli com 1,6% e Klebsiella pneumoniae em 1,6% dos prontuários no ano de 2015. CONCLUSÃO Uma vez o idoso adoecido e com necessidade de internação, são expostos aos riscos do ambiente hospitalar, que devido ao processo de imunossenescência, às doenças crônico-dege¬nerativas e à toda fisiologia do envelhecimento, se encontram mais suscetíveis às complicações infecciosas que acabam por estender o tempo de convalescença. O que nos chama atenção foram as características extrínsecas e intrínsecas do paciente que podem estar relacionadas com o surgimento da IH, a qual destacamos o período de tempo elevado de internação (média de 7 dias a 34 dias), a idade (mínima de 60 anos) e os diagnósticos médicos. Os indicadores analisados durante a pesquisa podem favorecer uma análise que pode estabelecer ações de prevenção de IH por parte de todos os profissionais de saúde envolvidos no cuidado aos pacientes, e principalmente a idosos o qual deve ser considerado os aspectos do processo de envelhecimento senil e senescente.
Palavras-chave
Enfermagem; Idoso; Infecção Hospitalar