Portal de Conferências da UnB, VI Mostra de Trabalhos de Conclusão de Curso de Enfermagem

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OLHAR DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE NA REDUÇÃO DE DANOS - REVISÃO SISTEMÁTICA SOBRE VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA
Gabriela Barasuol, Rejane Antonello Griboski

Última alteração: 2017-07-27

Resumo


INTRODUÇÃO: A violência obstétrica é um tema que ganha cada vez mais visibilidade e gera discussões relevantes sobre os direitos das mulheres durante o processo de parto. Diversas ações inovadoras estão sendo instituídas a fim de prevenir tais situações nas práticas de saúde, tanto no âmbito público quanto no privado, para incentivar uma cultura de não violência em qualquer fase do processo de partejar (ANDRADE, 2016). É no campo das relações entre profissionais de saúde e pacientes que se encontram as situações de violência mais difíceis de serem percebidas como tal pelos sujeitos envolvidos, ainda que estas, de uma forma bastante clara, impliquem na anulação da autonomia e a discriminação por diferença de classe, raça ou gênero. Estão frequentemente presentes em falas grosseiras, desrespeitosas e discriminatórias para com as pacientes e em desatenção quanto às suas necessidades de analgesia e uso apropriado de tecnologia, podendo ainda ser expressas por agressões físicas ou sexuais explícitas (AGUIAR, et al.,2013). Com a institucionalização das práticas de saúde e rotinas hospitalares e em nome de um atendimento idealizado a violência torna-se naturalizada no momento do nascer. Isto é, algumas vezes implica em atos ríspidos e discriminatórios, onde o profissional de saúde na posição de detentor do conhecimento científico deveria ter um papel de auxiliar e tornar o processo tranquilo para a mulher, seu acompanhante e o seu bebê. Este estudo justifica-se devido, a existência de locais em que o uso da violência obstétrica não diminuiu, de profissionais de saúde que não distingue ou não percebem atos de violência e as condutas usadas frente a estes atos. Ainda que este estudo possa servir para complementar outras pesquisas e para compor um conjunto de conhecimentos frente a uma política de redução de danos no âmbito da violência obstétrica. OBJETIVO: Tem por objetivo investigar o conhecimento dos profissionais de saúde acerca da violência obstétrica na perspectiva da redução de danos e se estes reconhecem atos de violência no serviço de saúde. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão sistemática (RS) de literatura com metanálise sobre o tema da violência obstétrica. A questão norteadora para este estudo propõe-se analisar a partir das ações que os profissionais da saúde têm frente à violência obstétrica em uma perspectiva de redução de danos nos últimos 10 anos. O universo deste estudo foi constituído por 232 artigos filtrados com a combinação dos descritores “violência obstétrica”, “violência institucional”, “profissionais de saúde” e “redução de danos”, após a filtragem final, foram incorporados ao estudo 10 artigos para a elaboração da discussão. RESULTADOS: A violência obstétrica constitui um problema de saúde pública grave e multifatorial com grandes repercussões sobre a saúde da mulher e do recém-nascido. A prevenção e a erradicação desta forma de violência demanda o comprometimento de todos os envolvidos com a assistência, por exigir o engajamento para a incorporação de abordagens inovadoras no que diz respeito à garantia de direitos no setor saúde. A Rede Cegonha regulamentada em 2011 oferece uma possibilidade para melhorar a qualidade da assistência e oferecer atenção integral a mulher em todas as etapas da gestação, sendo um caminho importante para a erradicação da violência obstétrica. Através da implementação da Rede Cegonha é possível à criação de um vínculo entre profissionais e mulheres, aproximando estas das unidades de saúde, garantindo o direito a um parto humanizado. Além disso, há a capacitação dos profissionais para executarem sua assistência de forma eficiente, humanizada e considerando todas as fases da vida da mulher, compreendendo seus processos fisiológicos. CONCLUSÃO: Entendemos então, a Rede Cegonha como um agente transformador e uma parte importante do caminho de mudanças a ser construído para a garantia de uma assistência humanizada e integral livre de atos violentos.

Palavras-chave


Enfermagem; Violência Obstétrica; Redução de danos