Nos últimos anos, a preocupação em torno do ensino de literatura tem crescido. Isso ocorre, em particular, porque as práticas de experimentação literária (seja na escrita ou na leitura) diminuíram significativamente, dando-se cada vez mais espaço à história literária. Uma vez sendo a história literária o fio condutor da aula de literatura, esta se resume à busca de temáticas, determinadas técnicas de escrita e mero conhecimento do enredo do texto. Entretanto, para além desses três quesitos, há o prazer estético causado pela arte literária, mas frequentemente subjugado à recepção e à construção da obra, não à catarse causada no leitor. Provavelmente, um dos meios de maior experimentação literária tenha sido os salões literários dos quais muitos escritores participaram. Logo, visamos neste trabalho mostrar como a dinâmica do salon littéraire pode funcionar em sala de aula para o ensino de literatura. Mostraremos uma incipiente pesquisa  realizada na Universidade de Brasília junto aos alunos de Literatura Francesa na graduação com base nos postulados de Roland Barthes (2015), Alain Viala (2006, 2009), Marc-Mathieu Münch (2004) e Cloé Gabathuler (2016).