Apresentação e objetivos

Somos um projeto de extensão popular (Cruz et al, 2013) que acredita que é possível enfrentar a violência institucional na perspectiva da educação popular freireana. Buscamos intervir pedagogicamente sobre o contexto institucional a partir da escuta permanente da comunidade universitária sobre violências sofridas primando pela identificação de determinantes sociais e institucionais e agindo de modo a prevenir a sua reincidência.

Método da Roda

Os DesaBAPHOS são nossa ação estruturante e também a primeira que conduziu a estruturação do Escuta Diversa, sendo as demais ações que realizamos desdobramentos da escuta ampliada sobre violência LGBTfóbica na universidade, interseccionando gênero, orientação sexual, identidade de gênero, cor, condição sócio-econômica. Também mediamos rodas promovidas por estudantes de diversos centros acadêmicos.A escuta das violências que vem ocorrendo na universidade é o motor e o princípio de todas as nossas ações, sendo o método da roda (Santos, 2015) nossa principal tecnologia de mobilização de intervenções que se desdobram dos conteúdos produzidos no coletivo.

Resultados

Teatro do Oprimido - As intervenções estético-políticas no contexto institucional são um caminho para superar a autofagia dos esforços de mobilização entre sujeitos, coletivos e setores institucionais que já estão comprometidos com o combate à LGBTfobia. Nós queremos alcançar sujeitos da opressão, ou seja, sujeitos que agenciam as opressões e que não estariam conosco em rodas de conversa, debates e outras estratégias de afirmação dos direitos de LGBT.

Defesa Pessoal

Oferecemos curso de defesa pessoal para mulheres, LGBT, negra/os e indígenas. O curso foi pensado a partir da reincidência de tentativas de estupro, estupros e outras violências físicas que vem ocorrendo na UnB. É oportunidade para estabelecer novos laços, cuidar da saúde e fortalecer nossos próprios recursos de defesa diante da morosidade institucional em combater tais episódios, reconhecendo a precariedade da segurança na universidade.

Rede de cuidado para vítimas de violência

Ainda que recusemos a perspectiva reducionista da individualização do sofrimento decorrente das violências, há demanda por psicoterapia individual e buscamos construir uma estratégia de escuta que considere a possibilidade de reconhecer determinantes institucionais do sofrimento, primando pelas articulações em redes de proteção social (Gonçalves e Guará, 2010).

Conclusão

O diálogo permanente e o processo de co-gestão coletiva de soluções para os problemas institucionais permite otimizar tanto o trabalho de setores administrativos da universidade, como a DIV, quanto as ações de projetos de extensão, de centros acadêmicos e outros coletivos formais e informais na universidade. O reconhecimento de atores institucionais comprometidos com o reconhecimento das violências institucionais é fundamental para a transformação das representações sobre hierarquia e assédio no contexto da UnB.