Introdução: As violências contra pessoas idosas têm impacto mundial e local, e ocasionam danos físicos, psicológicos, morais, espirituais e interferindo na percepção da qualidade de vida e saúde.Objetivo: descrever as experiências de violências e a autopercepção da qualidade de vida e saúde após os 60 anos de idade. Método: estudo de abordagem quantitativa, delineamento transversal e natureza descritiva desenvolvida com uma população de idosos comunitários. Utilizaram-se os seguintes instrumentos para a coleta de dados: Qualidade de Vida (WHOQOL-BREEF), Avaliação do Estado Mental e questionário sobre a ocorrência de violências. A amostra foi composta por 100 idosos. Resultado: constatou-se uma maior frequência de idosos do sexo feminino (62%), com ensino fundamental incompleto (43%) e renda familiar de até um salário mínimo (46%). Mais da metade dos idosos (62%) declararam não ter uma boa qualidade de vida e 38% descreveram sentimentos compatíveis com desespero, ansiedade e depressão. Observou-se que 73% sofreram algum tipo de violência, destacando-se insulto e discriminação (40% e 35%, respectivamente), abandono (31%), abuso financeiro (15%) e agressão física (12%). Não se observou relação entre sofrer violência e autopercepção de saúde e qualidade de vida (p-valor de 0,5587). Conclusão: destaca-se a importância da identificação e magnitude das violências nesse segmento populacional, pois as intervenções interdisciplinares e intersetoriais precisam estar articuladas com o setor saúde e assim favorecer o protagonismo do idoso no enfrentamento às violências.