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Os caminhos da recepção: uma análise da produção científica brasileira
Janara Sousa, Davi de Catro

Última alteração: 2012-08-20

Resumo


Uma das grandes questões que se coloca com relação à Internet é o tremendo impacto que ela causou nos tradicionais processos comunicacionais mediados. De um sistema de um para todos, a Internet passou a possibilitar um novo cenário de produção e recepção, que possivelmente superou definitivamente o clássico modelo estímulo-resposta (LASSWELL, 1948). O fenômeno da rede mundial de computadores tem sido alvo da curiosidade de investigadores de várias áreas, como a Comunicação. Como evidência desse interesse, basta olhar rapidamente as alterações  que os currículos da graduação e da pós-graduação passaram para contemplar esse tema.

Com relação ao Jornalismo, o debate sobre a Internet também tem despertado interesse. A produção jornalística mudou por causa da Internet? A possibilidade da interatividade e esse provável novo cenário da recepção alteraram a produção jornalística voltada para a rede mundial de computadores? Em função disso, há que se falar numa mídia mais cidadã? A proposta deste artigo foi compreender como os investigadores brasileiros da área da Comunicação têm discutido a questão da recepção no âmbito do jornalismo on-line. Será que a Internet acena com a consolidação do jornalismo cidadão? Vivemos agora sob o império do receptor? Assim, interessa-nos compreender como esse debate está sendo construído e problematizado pelos pesquisadores brasileiros. O objetivo geral desta pesquisa é compreender melhor o capital científico da Comunicação, quando é a rede mundial de computadores. Acreditamos que analisar a produção voltada para o jornalismo e sua relação com a internet pode nos dar pistas dos contornos da investigação brasileira na área de Comunicação.

Para realizar essa pesquisa, selecionamos artigos científicos publicados nas sete revistas científicas brasileiras de Comunicação mais bem avaliadas, são elas: E-compós, Contracampo, Intercom, Matrizes, Famecos, Galáxia, Comunicação, Mídia e Consumo. Esses são os únicos periódicos que estão na categoria B1 do sistema de avaliação da Qualis Periódicos, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES. Trata-se, portanto, dos periódicos brasileiros melhores avaliados na área de Comunicação. Nesse sentido, acreditamos que a publicação nessas revistas traz material científico de qualidade que podem nos dar pistas dos caminhos, limites e desafios da produção científica nacional.

O recorte temporal foi de seis anos, ou seja, buscamos artigos publicados no período de 2005 a 2011. Entre outras razões, escolhemos esse recorte porque, além de trazer um volume maior de artigos, nos deu também a possibilidade de fazer as buscas on-line, diretamente nas bases de dados dos periódicos. Foram encontrados 30 artigos que falam sobre o jornalismo voltado para Internet.

A maior parte dos artigos analisados dedica-se efetivamente a discutir o tema da recepção. Outros aspectos do fazer jornalístico que poderiam despertar interesse, como as rotinas produtivas, a produção de notícias e o próprio jornalista e a empresa jornalística, são relegados ao segundo plano enquanto impera o debate sobre o novo cenário da recepção, que, conforme os autores, mudou profundamente com o advento da Internet.


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