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RÁDIOS COMUNITÁRIAS EM REGIÕES PERIFÉRICAS: O CASO DA TRANSAMAZÔNICA
Rosane Albino Steinbrenner

Última alteração: 2012-08-17

Resumo


Em praticamente todos os municípios à beira da “pista” da BR 230, mais conhecida como Rodovia Transamazônica, no trecho em que corta o estado do Pará, as rádios comunitárias encontram-se licenciadas e em mais da metade deles constituem-se em único meio massivo de comunicação local existente – justamente nos municípios com maior índice de população residente na área rural. Isso significa dizer que as emissoras comunitárias são na atualidade o único meio local de comunicação de massa para cerca de 140 mil habitantes da região da Transamazônica, dos quais cerca de 65% em média vivem em áreas isoladas. Ou seja, constituem-se potencialmente em importante instrumento capaz de promover a reconfiguração da esfera pública nessas localidades periféricas, onde as disputas entre os atores se dão em geral de forma intensamente ainda mais desigual. A maior parte dessas emissoras surgiu a partir da segunda metade dos anos de 1990, na esteira de um dos mais combativos movimentos de organização popular em busca de protagonismo em torno do desenvolvimento regional e pioneiro no uso da comunicação como estratégia contra-hegemônica de ação política – movimento que se contrapunha ao modelo de ação imposto pela colonização dirigida promovida pelo regime militar na região na década de 1970. As emissoras vivem hoje, porém, um esvaziamento identitário e enormes dificuldades de sobrevivência diante dos ditames legais para seu funcionamento, regras que não levam em conta as peculiaridades do cenário amazônico. Apontar os principais desafios para a existência e sobrevivência dessas rádios comunitárias em espaços de midiatização periférica como a região emblemática da Transamazônica é o objetivo deste breve artigo.


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