A democratização da internet e das tecnologias da informação fazem surgir diversas possibilidades de comunicação para comunidades indígenas que antes estavam na posição de consumidores de informação, e não possuíam um veículo para fazer informações produzidas localmente circularem globalmente.  No ano de 2012, foram mapeados 111 pontos de internet entre povos indígenas, e 77 mídias eletrônicas produzidas pelos povos indígenas, ou por parceiros, como Organizações Não Governamentais, em nome destes povos, no Brasil (RENESSE, 2012). Estas mídias são utilizadas muitas vezes para ter acesso a direitos de cidadania, para produzir informações sobre a vida desses povos, e para preservar e divulgar conhecimentos indígenas que estariam se perdendo com as mudanças na aldeias e povos não-isolados. Muitas vezes, as informações produzidas assumem o caráter de denúncia e pressão política para adquirir benefícios para a comunidade. Para viabilizar a autonomia destes povos na produção de informação sobre a própria cultura e comunidade, são necessários financiamentos que forneçam a implantação de redes elétricas, compra e manutenção de equipamentos, e sistemas de conexão à internet. Neste artigo, através da análise das informações divulgadas na homepage de cibermeios indígenas produzidos no Brasil e entrevistas com os autores destes cibermeios, buscou-se avaliar quem são os principais financiadores destes projetos, quais são as políticas públicas que têm beneficiado os povos indígenas no que diz respeito ao acesso às novas tecnologias da informação e comunicação, e quais são as principais demandas na atual situação destes povos no que diz respeito à infraestrutura de novas tecnologias de informação e comunicação.